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Direitos adquiridos aumentam valor das empregadas domésticas no mercado

23 jan 2013 - 14:17

Redação Em Dia ES

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Uma pesquisa feita pelo IBGE em janeiro mostrou que outras categorias, no mesmo período, conseguiram ganho real de 29%.

“Não se pode olhar só para a questão salarial. A nova legislação, que busca igualar a doméstica com outras categorias de trabalhadores, regidas pela CLT, deu a elas direitos como FGTS, férias, 13º salário. Somando salário e encargos trabalhistas, uma doméstica custa hoje para o empregador mais de mil reais, em média”, observa o professor de Economia e coordenador do Escritório de Negócios em Administração (ENEAD) da Unopar, Luiz Fernando da Silva.

As classes B e C, que antes concentravam o maior número de empregadores domésticos no país, estão preferindo contratar diaristas. “Elas não têm vínculo empregatício e por isso não há encargos trabalhistas. A diferença de gastos com uma doméstica fixa e uma diarista é muito grande”, garante. Ainda segundo o levantamento do IBGE, desde 2009 quase 130 mil pessoas deixaram o trabalho doméstico nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil. Grande parte deste contingente optou por outras áreas de trabalho; muitas voltaram a estudar e se profissionalizaram.

“É uma realidade do mercado de trabalho atual a escassez da ‘figura’ empregada doméstica. Podemos identificar esse fenômeno por meio das mudanças no setor econômico do nosso país”, afirma o docente da graduação de Direito da Faculdade Pitágoras de Linhares, Bernardo Rodrigues. Nos últimos anos, a economia pátria teve crescimento expressivo graças ao aumento de salário dos trabalhadores. “Esse fator facilitou a criação de empresas oferecendo serviços do lar em geral (limpeza, cozinha ou até mesmo de babá), podendo ser por dia e por hora.”

De acordo com o docente da Unopar, as mudanças socioculturais são determinantes nesta questão. “O Brasil mudou, não só economicamente, mas culturalmente. Hoje não se vê mais empregadas domésticas com 15, 20 anos de casa, como acontecia antigamente. As relações entre patrões e domésticas são mais frias e profissionais”, afirma. Apesar do crescimento real dos salários dos domésticos ser muito superior ao das demais categorias, a renda desses trabalhadores em 2012 correspondeu a 40% da média de remuneração dos empregados no país. No ano passado, eles receberam um salário médio de R$ 721.

E enquanto as famílias brasileiras se adaptam à falta das empregadas domésticas, elas se unem para criar novas oportunidades de emprego. As cooperativas são uma tendência forte, segundo Silva. “Eu acredito na profissionalização desta categoria. Isso já vem acontecendo e é uma excelente solução. Buscar serviços domésticos por meio de uma empresa terceirizada traz vantagens para o empregador e também para os trabalhadores”, pontua o professor da Unopar. “A escolarização da população despertou nas jovens brasileiras a busca por outras oportunidades, talvez devido a um estigma social que norteia o trabalho doméstico, corroborado pela ausência de expectativa de crescimento, levando-as a outros trabalhos, mesmo que ainda essas novas atividades paguem menos”, acredita o docente da Faculdade Pitágoras.

Redação Portal Ouro Negro

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Atualizado: 23/01/2013 14:17

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