A agenda foi convocada pelo governador Renato Casagrande e reuniu representantes da Polícia Militar (PMES), do Corpo de Bombeiros (CBMES), das secretarias de Agricultura, Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos (Seadh), Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Educação (Sedu) e Superintendência Estadual de Comunicação (Secom), Casa Militar, Instituto Capixaba de pesquisa e Extensão Rural (Incaper), Departamento de Estradas e Rodagem (DER-ES), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Exército, Marinha e Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).
No encontro, cada integrante do grupo apresentou as ações do Governo do Espírito Santo alinhadas ao Plano Estadual de Defesa Civil, documento que contém um conjunto de informações, articulações e procedimentos para situações de urgência e calamidade.
Cadastro
A Defesa Civil estadual já cadastrou 31 municípios do Estado no Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cenaden), que envia o diagnóstico com as peculiaridades de cada um ao Centro Nacional de Desastres (Cenad). A integração permite que os municípios sejam alertados em casos de possibilidades de chuvas fortes e temporais, possibilitando ações rápidas de socorro e remoção de famílias de áreas de risco.
“Até o final do ano teremos 40 municípios cadastrados no Cenaden. Além dos 31 municípios com cadastro concluído, temos dois em fase final de registro de informações e sete em fase de encaminhamento dos cadastros”, informa o comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Edmilton Ribeiro Aguiar Júnior.
O Governo do Estado do Espírito Santo já investiu aproximadamente R$ 200 milhões em obras, compra de equipamentos e em infraestrutura, focado em políticas públicas de prevenção e atendimento em casos de alagamentos, enchentes e desmoronamentos de encostas.
Na área rodoviária, o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) desenvolveu projetos e obras de contenção de encostas e recuperação de obras atingidas por erosão, que beneficiaram 19 municípios, totalizando um investimento de R$ 71.965.710,71. O Departamento mantém um programa de conservação permanente de rodovias, que atuou ao longo do ano na desobstrução de bueiros ao longo da malha rodoviária estadual.
A Secretaria Desenvolvimento Urbano (Sedurb) investiu R$ 111.928.934,57 com mapeamento e classificação das áreas de risco, desassoreamento dos rios Formate e Marinho e construção de 460 casas populares para remoção de famílias de áreas de risco.
A Secretaria de Agricultura (Seag) investiu R$ 5.495.686,42 em recuperação de estradas rurais e entrega de equipamentos aos municípios que decretaram Estado de Emergência.
A Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (Seadh) investiu R$ 2.647.456,70 em materiais de apoio e socorro como cestas básicas, colchões, cobertores, telhas e kits de limpeza.
Treinamento
A Defesa Civil capacitou 700 integrantes das defesas civis municipais ao longo deste ano. Os participantes dos cursos receberam orientações e treinamentos para gerenciamentos de abrigos, por exemplo, que indicou como montar um abrigo, como tratar crianças, doentes e idosos e estabelecer regras de convivência e higiene a pessoas que necessitem sair de suas casas.
Os municípios também receberam investimentos do Governo do Espírito Santo para estruturar suas defesas civis para que estas atuem pontualmente em áreas já identificadas em caso de necessidade. “Conhecendo seus municípios e as técnicas de ação repassadas pela Defesa Civil Estadual os integrantes das defesas civis municipais poderão atuar racionalizando esforços e recursos. Isso agiliza o atendimento, minimiza os impactos e serve de ferramenta para planejar investimentos nos anos seguintes, afirma o coronel Edmilton,.
Foram fornecidos kits compostos por um veículo, um barco de alumínio, um reboque para o barco, um motor de popa, um kit multimídia e mobília aos municípios capixabas que decretaram situação de anormalidade nos últimos 10 anos em decorrência de enxurradas ou deslizamentos provocados pela chuva.
O Governo deverá entregar este ano e ao longo do próximo mais 28 kits, sendo 14 em cada ano, distribuídos a mais 20 municípios e para oito regionais de defesa civil, permitindo, assim, um reforço no Sistema Estadual de Defesa Civil.
Mapas de Riscos
Em todo o Estado do Espírito Santo 30 municípios foram mapeados, priorizados pela Defesa Civil Estadual a partir do histórico de desastres naturais (Afonso Cláudio, Rio Novo do Sul, Ibatiba, Alegre, Itaguaçu, Fundão, Laranja da Terra, Água Doce do Norte, Mimoso do Sul, Marechal Floriano, Bom Jesus do Norte, Barra de São Francisco, Cariacica, Santa Teresa, Vila Velha, Cachoeiro de Itapemirim, Santa Maria de Jetibá, Anchieta, Aracruz, Ibiraçu, Viana, Conceição do Castelo, Vargem Alta, Santa Leopoldina, Nova Venécia, Colatina, Guaçuí, São José do Calçado, São Roque do Canaã, Castelo, Domingos Martins).
Super computador
A tecnologia também já está sendo reforçada para atuar na prevenção. O Governo do Espírito Santo e a Vale adquiriram um super computador, capaz de reunir e processar as informações sobre condições e previsões climáticas identificadas por radares meteorológicos. Os dados serão monitorados em um centro de acompanhamento que está sendo instalado no Incaper.
“Inicialmente, serão duas salas onde teremos profissionais atuando na leitura e distribuição de informações aos municípios e aos órgãos que compõem o Comitê”, destaca Evair de Melo, diretor presidente do Incaper.
As ações da Defesa Civil Estadual seguem as diretrizes do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil, que estabelece os procedimentos a serem adotados pelos órgãos e autarquias envolvidos na prevenção, preparação, resposta e reconstrução após emergências e desastres, quando da atuação direta ou indireta em eventos correlatos, recomendando e padronizando os aspectos relacionados ao monitoramento, alerta, alarme e resposta, incluindo ações de socorro, assistência humanitária e reabilitação de cenários, a fim de reduzir os danos e prejuízos decorrente.
O que fazer em casos de desastres naturais?
Em situações de alagamentos, enchentes e deslizamentos de encostas, a população deve seguir a alguns protocolos indicados pela Defesa Civil. Em primeiro lugar, o coordenador estadual, coronel Edmilton, destaca que é necessário conhecer o telefone da defesa civil do município onde você mora. “Além do 193, é imprescindível que as pessoas que habitam em áreas mais vulneráveis saibam o número do telefone da unidade municipal. É o município que presta o primeiro atendimento. Assim, o socorro pode chegar mais rápido e de maneira mais eficaz, já que os integrantes, já treinados por nós, conhecem as especificidades de suas cidades. Se o morador não tiver para onde ir, por exemplo, é a defesa civil do município que vai indicar”, frisa o coronel.
Se o cidadão identificar trincas, novas rachaduras, postes, árvores ou muros inclinados, rachaduras no chão ou em barrancos, deve deixar o imóvel e buscar abrigo em casas de parentes. Estes são sinais de risco de deslizamentos de terra.
Se a pessoa mora em local que possui histórico de alagamentos, ao primeiro sinal de chuva, deve levantar os móveis para minimizar prejuízos, bem como os gêneros alimentícios a fim de evitar contaminação. Outra dica importante é desligar o disjuntor evitando assim riscos de curto-circuito. Para prevenir doenças, como leptospirose, o morador pode proteger as pernas com sacos plásticos. E, ao retornar ao local onde mora, deve desinfetar o ambiente com cloro.
Redação Portal Ouro Negro
