Segundo ele, que também preside o Fundo Garantidor do Sicoob (FGS) no Brasil, esse mecanismo será uma espécie de selo de qualidade para as cooperativas de crédito.
“O anúncio era muito aguardado pelo setor. Até agora, cada sistema de cooperativas tinha de forma isolada o seu fundo. Com a regulamentação de um fundo único, podemos competir em condições de igualdade com os bancos”, afirmou o presidente do Sicoob ES.
A medida foi anunciada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante o IV Fórum sobre Inclusão Financeira do BC, encerrado na última quarta-feira (31), em Porto Alegre (RS). Na ocasião, o dirigente afirmou que o Fundo Garantidor do Cooperativismo é uma forma de dar tratamento igual aos clientes dessas instituições.
“Será um meio de estimular a captação de depósitos e promover o fortalecimento e a solidez do segmento, possibilitando o nivelamento e a integração entre os diversos sistemas, bem como a isonomia dos cooperados com os demais depositantes do sistema financeiro”, destacou Tombini. A expectativa é de que o fundo comece a funcionar entre março e junho de 2013.
Proteção
O Fundo do Cooperativismo de Crédito é semelhante ao dos bancos tradicionais, ou seja, é um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores que permite a recuperação dos depósitos ou dos créditos mantidos em instituição financeira em caso de falência, insolvência ou liquidação extrajudicial.
O valor de cobertura e o percentual de contribuição serão iguais aos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra o mecanismo de proteção aos depositantes e investidores do mercado financeiro. A cobertura será de R$ 70 mil por CPF.
Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apontam que atualmente há no País 1,2 mil cooperativas. Desse total, cerca de 550 já têm fundos garantidores. “A partir da criação do fundo único, mesmo que cada sistema de cooperativas mantenha o seu próprio mecanismo de proteção, todas deverão obrigatoriamente pertencer ao FGCoop. As regras ainda serão estabelecidas em estatuto que deverá ser aprovado pelo Banco Central”, explicou Bento Venturim.
Solidez
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do Banco Central, Sidnei Correa Marques, ressaltou que a criação do FGCoop não está ligada a problemas financeiros do segmento. “O sistema é estável. As cooperativas estão sólidas e sem problemas de liquidez”.
De acordo com Marques, o novo fundo deve contar com R$ 400 milhões ao entrar em operação. Uma parte desse montante virá do FGC e o restante, dos fundos garantidores já existentes dos maiores sistemas que reúnem cooperativas.
Redação Portal Ouro Negro