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Durante as férias escolares, os casos de quedas, queimaduras e afogamentos envolvendo crianças e adolescentes aumentam, conforme dados da Secretaria da Saúde (Sesa). Entre janeiro e novembro de 2024, 1.244 crianças e adolescentes de zero a 19 anos foram internados na rede estadual de saúde devido a quedas, enquanto 207 sofreram queimaduras e nove foram hospitalizados por afogamento. Especialistas destacam a importância de medidas preventivas para evitar acidentes e proteger os menores durante o período.
Em 2023, 1.708 internações relacionadas a quedas foram registradas em todo o ano, o que demonstra uma redução no período de janeiro a novembro de 2024. Já os casos de queimaduras tiveram aumento de 23% em relação ao mesmo período, passando de 169 em 2023 para 207 em 2024. Internações por afogamentos mantiveram números próximos: dez em 2023 e nove nos primeiros onze meses de 2024.
O médico Alexandre Bittencourt, diretor técnico do Hospital Estadual de Urgência e Emergência – São Lucas (HEUE), alertou para as graves consequências dos acidentes de trânsito, quedas e afogamentos. “Os acidentes de trânsito continuam sendo uma das principais causas de traumas graves, especialmente em períodos como as férias, quando há aumento no fluxo de pessoas e mudanças na rotina. Grande parte desses acidentes pode ser prevenida com medidas simples e eficazes”, destacou o médico.
Cuidados essenciais com crianças e adolescentes
O coordenador do serviço de Ortopedia do Hospital São Lucas, Jansen Cuzuol, reforça a necessidade de supervisão constante. “Crianças não devem ser deixadas sozinhas, seja na praia, em parques ou praças, especialmente quando utilizam bicicletas, patins ou patinetes. O uso de equipamentos de proteção é indispensável”, enfatizou. Ele também alertou para o impacto do consumo de álcool em acidentes, afirmando que cerca de 50% dos pacientes atendidos após traumas ingeriram bebidas alcoólicas.
Quanto às queimaduras, Rosalie Torrelio, cirurgiã plástica do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (Hinsg), destacou a importância de manter crianças afastadas de churrasqueiras e cozinhas. “Qualquer descuido pode causar graves ferimentos. É essencial manter os pequenos longe durante o preparo dos alimentos e optar por acendedores apropriados para churrasqueiras”, explicou.
Perigos em áreas de lazer
Os casos de afogamento, embora estáveis em relação ao ano anterior, permanecem uma preocupação. “A supervisão constante é indispensável, principalmente em praias, clubes e piscinas. Crianças podem se afogar em questão de segundos”, reforçou Rosalie Torrelio.
No Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória, somente em 2023, foram registradas 142 internações por queimaduras. O número subiu para 170 entre janeiro e novembro de 2024, evidenciando a necessidade de cuidados redobrados. A médica também ressaltou o risco de acidentes em cozinhas e recomendou o uso de áreas ventiladas e seguras para churrasqueiras.
Recomendações para um verão seguro
– Supervisione as crianças constantemente, seja em casa ou em locais de lazer.
– Restrinja o acesso a cozinhas e churrasqueiras durante o preparo de alimentos.
– Evite o uso de líquidos inflamáveis para acender churrasqueiras.
– Utilize equipamentos de proteção, como capacetes e joelheiras, em atividades recreativas.
– Redobre os cuidados em áreas com piscinas, praias e cachoeiras.
