“Linhares está vivendo um cenário de guerra de preço”, é o que declara o proprietário do Posto BNH, no bairro Novo Horizonte em Linhares, Neymar Dalla Bernardina. “Nenhum posto está com resultado positivo”, completa.
Desde a chegada do Posto Gentil, que não tem bandeira, à cidade, no fim de 2012, a concorrência pela venda de gasolina nunca mais foi a mesma. “A gente consegue fazer mais barato por que compramos direto da base e não precisamos pagar frete, já que temos caminhões próprios”, afirma o gerente do posto, Jackson Emiliano.
Para tentar fazer frente aos valores baixos praticados pelo novato, donos de postos tiveram que cortar gastos, diminuir a oferta de serviços e, até mesmo, demitir funcionários.
Segundo Marcelo Japhet, proprietário dos Postos Ouro Negro, de bandeira BR, o problema está exatamente no posicionamento da distribuidora, que não estaria disposta a baixar o preço. “Hoje eu compro gasolina cinco centavos mais caro que um Posto Shell está vendendo, por exemplo”, aponta.
O Posto Três Pontos, de bandeira Shell, está vendendo o litro da gasolina a R$ 2,47, um dos preços mais baixos da cidade. “Conseguimos vender mais barato por que a Shell trabalha como ‘empresa norte-americana’: se o revendedor ganha, ela também ganha”, explica o gerente do posto, Natalino Coradini.
“Quem está errado: a Shell que está vendendo mais barato ou a BR que está vendendo mais caro?”, questiona o também dono de Postos de bandeira BR, Licélio Camatta. O empresário promete enviar uma carta à Petrobras cobrando um posicionamento quanto ao preço da gasolina. “Vou enviar a carta para que a BR ou feche meus postos ou passe a vender mais barato!”, diz.
Para o advogado Cleylton Mendes Passos, não há como obrigar as distribuidoras a baixar seus preços. “A distribuidora não é obrigada a abaixar o preço por causa de concorrência. Preço é liberalidade de quem fornece”, explica.
“Quem ganha com tudo isso é o consumidor, mas apenas pelo preço. E a qualidade do combustível? É a concorrência para vender um produto que o consumidor não vê”, aponta Neymar.
“O consumidor ganha somente no primeiro momento, na economia que ele faz no ato, mas ele acaba sendo prejudicado lá na frente, por que os recursos não ficam dentro de Linhares e acaba sendo gerado um círculo vicioso de demissões e de cortes que vão prejudicando o próprio consumidor a cada dia. Uma hora isso vai voltar ao normal e, quando voltar, o consumidor acabará sendo penalizado duplamente”, diz Marcelo Japhet.
Veja os preços da Gasolina Comum nos principais postos de Linhares nesta sexta (8)
Redação Portal Ouro Negro
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