Governador justificou regras de fechamento do comércio devido ao crescimento da pandemia; nesta terça (23) foram 72 óbitos, recorde de registros em 24 horas
O governador Renato Casagrande fez uma rápida análise sobre o pior momento da pandemia no Espírito Santo. Nesta terça (23) foi registrado o maior número de mortes em 24 horas: foram 72 óbitos. Diante do quadro que pede isolamento social e respeito às medidas restritivas de 14 dias, ele afirmou que irá aumentar o rigor da fiscalização. “Quem governa em época de guerra mundial como a que estamos vivendo, com o vírus como inimigo, não pode estar preocupado se a medida é simpática, mas fazer o que é certo e justo. Pedimos compreensão e vamos apertar a fiscalização”, prometeu.
Ele fez um paralelo entre as situações brasileira e capixaba. “Vocês estão vendo no Brasil diversos Estados entrarem em colapso. As novas variantes estão atingindo com maior agressividade e atingindo pessoas jovens. Diferente do que enfrentamos na primeira e na segunda fase. O doente chega ao hospital num estado muito pior”, destaca.
Casagrande utilizou o contexto atual para justificar a decisão de medidas de fechamento do Estado até 31 de março devido à maior letalidade do vírus com o aparecimento das mutações e a alta ocupação de leitos de UTI na rede hospitalar. “Vimos o crescimento da ocupação de leitos. No dia 1 de março, tínhamos 525 pacientes internados em UTI. Hoje temos 747. São 222 pacientes a mais em leitos de UTI em 23 dias”, contabilizou. Segundo o governador, no dia 1 de março havia 724 leitos de UTI. Atualmente, são 818 leitos de UTI com 94 a mais. “São leitos exclusivos para covid e tivemos um acréscimo de 222 pacientes a mais UTIs exclusivas para a doença no Espírito Santo”, contabilizou. “Por isso propomos a quarentena na semana passada ao virmos o crescimento da ocupação de leitos e de óbitos”, destacou.
Ele lembrou do número crescente de óbitos. “Ontem, registramos 53 óbitos. Hoje, registramos 72. Tomamos a decisão (pela quarentena) porque estávamos antevendo o que iríamos enfrentar. O que enfrentamos, hoje, o Brasil está enfrentando também”, considera.
O colapso que começa a tomar conta do sistema público de saúde já é uma realidade no setor particular, segundo o governador. “Estamos fechando hoje com 91 para 92% de UTI mas abrindo leito permanentemente. Abrimos leitos hoje e estamos abrindo mais leitos amanhã”, planejou.
Ele disse que respeita a reação e manifestações de rua de quem não concorda com o fechamento do comércio mas não há alternativa sem vacina. “Estou vendo as pessoas se manifestarem. Não temos nenhum tipo de rejeição mas precisamos que tenham paciência e que aguardem. As vacinas não chegaram na quantidade que esperávamos. Estamos com poucas vacinas. Se não temos vacinas, o único meio é o distanciamento”, defendeu.
O governador, mais uma vez, reforçou que as medidas restritivas demandam fiscalização mas que o poder público necessita da adesão da população. “Adotamos a medida independente de ser simpática. Sei que tem muitos questionamentos de vocês, em se ir à praia, a festas clandestinas. Não temos condições de fiscalizar todo mundo. É bom pedir a colaboração individual, para que você não vá à praia, não se aglomere”, aconselhou.
Recorde de mortes
O governador lamentou pela escalada no número de mortes por covid-19 no país e que já começa a ampliar também no território capixaba. “É um tristeza chegar ao final do dia e saber que perdemos 72 pessoas. No Brasil, perdemos três mil ou mais. A gente não pode fracassar como sociedade. O que salva vidas é colaboração e disciplina para que possamos cumprir todos os protocolos e medidas. Hoje é um dia triste de recorde de mortes”, lamentou. O registro dos 72 óbitos desta terça-feira é considerado recorde porque ultrapassa também o do pior dia da pandemia, pois superou o dia 22 de junho de 2020, quando foram registradas 59 mortes em 24 horas.
Ele encerrou o pronunciamento pedindo a colaboração das pessoas às regras de fechamento, cujo decreto é válido até 31 de março.