O percentual das famílias capixabas que possuem endividamento com contas em atraso recuou em novembro, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo). O indicador que em outubro marcou 24,4%, registrou queda de 1%, passando para 23,4% neste mês. Do total, 36,5% das famílias afirmaram estar com alguma dívida atrasada, contra 63,5% que não possuem contas em atraso, o que revela o comprometimento das famílias em arcar com suas pendências financeiras.
Porém, grande parte ainda não conseguiu arcar com todos seus compromissos. O nível de endividamento do capixaba voltou a crescer em novembro, de acordo PEIC. O índice, que se manteve estável na passagem setembro para outubro (62,4%), elevou atingindo 64,2%, no total de 68.124 de endividados. Em relação ao mesmo período de 2011, o índice mostrou uma leve melhora, registrando queda de 0,2 pontos percentuais neste ano (64,2%).
“Questões como a trajetória de queda dos spreads bancários e o mercado de trabalho ainda aquecido proporcionam condições para indicadores de inadimplência ainda favoráveis, mesmo com grande parte das famílias estarem arcando com o pagamento de suas dívidas”, ressalta José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio-ES.
Segundo os indicadores da PEIC, as famílias estão aproveitando o salário para quitar seus débitos. “É provável que o consumidor destine uma parte dos recursos, como o 13° salário, para o pagamento de dívidas, e assim, virar o ano com um número reduzido de débitos”, afirma José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio-ES.
Já no que se refere ao pagamento da dívida, o índice que registra as famílias que poderão honrá-las se manteve estável entre outubro e novembro. Cerca de 49,6% das famílias não terão condições de quitar as dívidas, enquanto 41,7% pretendem quitá-las totalmente e 3,2% parcialmente.
Cartão de crédito
O cartão de crédito foi mais uma vez apontado como um dos principais tipos de dívida. Em novembro, 74,6% das famílias afirmam possuir dívidas no cartão, seguido de crédito pessoal (21,1%), financiamento de carro (18,7%), cheque especial (9,8%), entre outros.
Revelando ser o grande vilão entre os endividados, o cartão de crédito foi o principal canal de dívida das famílias com até 10 salários mínimos (75,5), bem como as que recebem mais de 10 salários mínimos (68,8%).
Comprometimento da renda
Segundo especialistas o comprometimento da renda familiar com as dívidas não deve ultrapassar os 30%. Segundo a pesquisa, dentre os endividados, a maioria (51,4%) têm na margem de 11% a 50% da renda comprometida com algum tipo de dívida. Enquanto, 21,6% estão com menos de 10% da renda comprometida e 26,5% têm mais de 50%.
Os dados da pesquisa revelam também que a maioria das famílias que já possuem dívidas deve continuar no vermelho no próximo ano. Quando a pesquisa se refere ao tempo em que a renda familiar deve continuar comprometida com as dívidas, 39,5% afirmam que estarão comprometidas por mais de 1 ano. Já 31,1% devem conseguir quitá-las nos próximos 3 meses. Uma média final de 7,1 meses comprometidos com a dívida.
Redação Portal Ouro Negro
