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47 mil famílias passaram fome no ES em um ano, diz IBGE

18 set 2020 - 08:30

Redação Em Dia ES

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O percentual de residências com algum grau de insegurança alimentar no Espírito Santo é o quarto menor do país
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (17), apontou que 47 mil famílias do Espírito Santo passaram fome ao menos uma vez entre 2017 e 2018. Do total de residências analisadas pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), cuja marca é de 1,385 milhões, cerca de 30,7% (425 mil) dos domicílios capixabas possuíam algum grau de Insegurança Alimentar (IA).

A proporção de famílias com IA leve foi de 21,1% (293 mil); 6,2% (85 mil) dos domicílios estavam com IA moderada e 3,4% (47 mil) com IA grave. Outras 69,3% foram enquadrados dentro dos padrões da Segurança Alimentar (SA), ou seja, não correram o risco de sofrer com a falta de alimentos.

Segundo a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, as residências que tiveram IA leve são marcadas pela incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro. Já as de IA moderado registraram, apenas entre os adultos, uma ruptura nos padrões de alimentação devido à falta de alimentos. O nível mais grave da IA acomete todos os moradores da residência, incluindo crianças. Nesta situação, a fome já acometeu ao menos uma vez a família.

Já entre a população total do estado, estimada em 3,948 milhões de habitantes, 2,627 milhões eram moradores em domicílios com Segurança Alimentar (SA), enquanto 1,321 milhão habitavam aqueles com alguma IA, assim distribuídos: 926 mil moradores (23,5%) em domicílios com IA leve, 260 mil (6,6%) em domicílios com IA moderada e 134 mil (3,4%) em domicílios com IA grave.

Na comparação com outros estados, o percentual de domicílios com algum grau de insegurança alimentar no Espírito Santo é o quarto menor do país. Os três menores valores foram verificados nos Estados da Região Sul: 13,1% em Santa Catarina, 23,5% no Rio Grande do Sul e 22,5% no Paraná. O percentual de domicílios em situação de IA grave no Espírito Santo também está entre os menores do país.

Nacional
Mais de um terço da população brasileira apresentou algum grau de insegurança alimentar no biênio, maior índice registrado pelo IBGE desde 2004, quando o levantamento foi feito pela 1ª vez. A pior situação está no Norte e no Nordeste, onde menos da metade das casas teve garantia de alimento.

Quanto maior o índice de insegurança alimentar, menor é o consumo por pessoa de hortaliças, frutas, produtos panificados, carnes, aves, ovos, laticínios, açúcares, doces e produtos de confeitaria, sais e condimentos, óleos e gorduras, bebidas e infusões, além de alimentos preparados e misturas industriais. A preferência, nesses casos, é por cereais e leguminosas, farinhas, féculas e massas, e pescados. A compra de arroz e feijão é maior nos domicílios que apontam dificuldade no acesso a alimentos em relação àqueles que não apresentam.

Foi a primeira vez que o índice de SA no Brasil apresentou queda. Em 2004, 65,1% da população do país dizia ter acesso garantido à alimentação. O número passou para 69,8% em 2009 e para 77,4%, em 2013. Na mais pesquisa mais recente, porém, caiu para 63,3%.
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Atualizado: 18/09/2020 08:30

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