Beatriz Souza, de 26 anos, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. Criada em Peruíbe, no litoral de São Paulo, a judoca perdeu a avó materna há um mês, mas o luto não a desanimou da corrida ao pódio na Cidade da Luz.
Souza venceu Izayana Marenco, de Nicarágua, em sua estreia. Ela também derrotou Kim Hayun, da República da Coreia, nas quartas de final. Nesta sexta-feira (2), conquistou uma vaga na final ao enfrentar a francesa Dicko Romane e, para a decisão da medalha de ouro, lutou contra a israelense Raz Hershko.
Solange Rodrigues, mãe de Beatriz, disse ao g1 que a filha sempre foi dedicada e focada em seus objetivos. A jovem nasceu em um hospital de Itariri (SP), mas foi criada em Peruíbe, cidade litorânea onde realizou os primeiros treinos ainda com sete anos.
Segundo a mãe de Bia, a filha continuou firme na meta de participar dos jogos mesmo com a morte da avó, em 22 de junho deste ano. “Muito forte” são duas palavras que ela usou para definir a atleta.
“Estamos juntos enviando energias positivas. Feliz por ela estar lá vivendo esse momento nas Olimpíadas”, afirmou Solange.
‘Não era uma novidade’
A principal influência para o ingresso de Bia no esporte foi o pai, judoca aposentado que teve a ideia de levá-la para assistir um treino.
O professor de judô Yago Lucas dos Santos, de 30 anos, recordou momentos com a amiga quando ainda eram adolescentes. Ambos treinavam na Associação de Judô Budokan, em Peruíbe, quando ele tinha entre 14 e 15 anos.
“O pai dela já treinava e colocou ela desde pequena. Por ela ser muito grande, sempre treinou com os adultos”, contou. Feliz pela conquista da amiga, Yago reconheceu que Beatriz sempre se destacou na modalidade esportiva. Apesar disso, garantiu não ter ficado surpreso com o fato de ela estar nas Olimpíadas: “Ela chegar lá não era uma novidade. Isso é um trabalho de muito tempo”, destacou.
Conquistas
No final de 2012, a atleta se mudou para a capital paulista após ser chamada para integrar a equipe do Palmeiras para a temporada de 2013. Já no fim de 2013 foi chamada para o Esporte Clube Pinheiros. Ela passou nos testes e, desde então, representa o clube.
Em Campeonatos Mundiais, Beatriz tem duas medalhas de prata – em Budapeste-2017, no torneio por equipes mistas, e em Tashkent-2022, no torneio individual.
Além disso, tem quatro medalhas de bronze – Tóquio-2019 e Budapeste-2021, no torneio por equipes mistas – e Budapeste-2021 e Doha-2023, no torneio individual.
Nos Jogos Pan-Americanos, ela conquistou uma prata em Santiago-2023, no torneio por equipes mistas, e duas medalhas de bronze, em Lima-2019 e Santiago-2023, no torneio individual.