“Aposto no 2 a 0, com dois gols do Lewandowski”. Direto e reto. Foi assim que Júlio César, ex-zagueiro, ídolo da torcida e primeiro brasileiro a jogar pelo Borussia Dortmund, respondeu ao ser questionado sobre a final da Liga dos Campeões diante do Bayern de Munique, sábado, às 15h45m (horário de Brasília), em Wembley, na Inglaterra – a TV Globo transmite a partida ao vivo e o GLOBOESPORTE.COM inicia o pré-jogo ao meio-dia.
– Como ex-jogador do Borussia, aposto que a equipe vai ser novamente campeã. Aposto no 2 a 0, com dois gols do Lewandowski. É um jogador que vem em um bom momento. Atletas deste nível são altamente decisivos – previu o ex-defensor, que nas décadas de 80 e 90 encarou excelentes atacantes na missão de evitar os gols.
Negociado pelo Juventus em 1994, Júlio César não teve início fácil no Borussia. O zagueiro revelado pelo Guarani chegou em meio a uma das maiores crises da história do clube, que vivia a pressão de 30 anos sem conquistar o Campeonato Alemão. O pé-quente do brasileiro ajudou a encerrar o jejum na primeira temporada.
– Fui o primeiro brasileiro a jogar pelo Borussia e sou muito grato por isso. Quando cheguei, o clube passava por um momento delicado. Fazia muito tempo que não conquistava o título. Hoje, vendo o clube em um estágio bom, fico feliz por ter feito parte deste processo de evolução – afirmou.
Além de campeão alemão, Júlio César ainda foi campeão da Liga dos Campeões, do Mundial de Clubes e da Supercopa Alemã (todos em 1997). Mesmo sem atuar na final europeia daquele ano, na vitória sobre o Juventus por 3 a 1, o ex-zagueiro lembra com detalhes da equipe que superou uma das forças do continente e que brigava pelo segundo título consecutivo. Ele ainda compara aquele time com o Borussia atual.
– A nossa equipe que foi campeã da Liga em 1997 tinha um estilo de jogo muito diferente da equipe atual. Hoje, o Borussia tem um treinador altamente capacitado e inteligente, que comanda um time com atletas jovens e que sabem jogar com velocidade. A base da equipe são alguns poloneses que compactam bem o jogo. Então, tudo é diferente – comentou.
Morando atualmente em Americana, no interior de São Paulo, Júlio César acumula as funções de diretor de futebol e treinador do Rio Branco-SP. Mesmo com uma agenda cheia de compromissos pelo Tigre, o ídolo conseguiu um tempo para acompanhar o jogo em Wembley, a convite do Borussia Dortmund.
– Graças a Deus tenho as portas abertas no Borussia. Sempre que acontecem grandes eventos relacionados ao clube, eles me convidam. Vou para Wembley torcer por mais um título. O clube merece – disse o ex-jogador, que, agora da arquibancada, pode acompanhar o segundo título europeu da história da equipe que aprendeu a amar.
Duelos contra o rival Bayern de Munique
Zagueiro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México (quando perdeu um dos pênaltis nas quartas de final contra a França), Júlio César lembra que a rivalidade contra o Bayern de Munique é grande. Após a chegada do brasileiro, o Borussia passou a ser o alvo dos adversários, o que acirrava as disputas. Logo após o título mundial diante do Cruzeiro, em 1997, o defensor foi emprestado ao Botafogo, mas retornou ao clube alemão em seguida.
– Borussia x Bayern sempre foi um clássico de bastante rivalidade no futebol alemão. Naquela época que atuei por lá, éramos o time a ser batido. Todos queriam nos vencer, e o Bayern não era diferente. Fico honrado por fazer parte da história de um clube importante como o Borussia – afirmou.
Sabendo da rivalidade, Júlio reconhece que o momento de decidir um título requer ainda mais concentração. O ex-zagueiro entende que um dos adversários antes da bola rolar é controlar a ansiedade para que tudo se defina rapidamente.
– Final é sempre algo emocionante. Uma final de Liga dos Campeões, então, nem se fala. A atenção é sempre maior do que qualquer outra decisão. Na semana que antecede o jogo, a adrenalina vai lá em cima. Ansiedade para que se decida rapidamente. Sei como eles estão se sentindo. Passei por isso – completou.
Fonte: Globoesporte.com