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Novos tempos: um Espanha x Itália

26 jun 2013 - 12:09

Redação Em Dia ES

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Azzurra tem oito gols sofridos na Copa das Confederações, contra apenas um dos campeões mundiais, que já vinham sólidos na Euro e no Mundial.

Pensar em Espanha é pensar em um ataque envolvente, em troca de passes, em gols que brotam ao natural. Pensar na Itália é pensar em organização, em defesa sólida, em rigidez tática. Pois talvez seja hora de rever os conceitos. No jogo desta quinta-feira, no Castelão, pelas semifinais da Copa das Confederações, é a Roja quem pode se orgulhar de ter blindagem defensiva. À Itália, cabe recriar o sistema de proteção para tapar o vazamento e deixar de levar gols.

A Azzurra tem a terceira pior defesa da Copa das Confederações. Sofreu oito gols – mais do que todos os outros semifinalistas somados. A Itália foi vazada em todos os jogos da primeira fase: vitórias de 2 a 1 sobre o México e de 4 a 3 sobre o Japão, e a derrota de 4 a 2 para o Brasil. Apenas o Japão, com nove gols sofridos, e o Taiti, com 24, buscaram mais bolas nas redes.

É o contrário da Espanha. Os campeões do mundo foram vazados apenas uma vez, na estreia, na vitória de 2 a 1 sobre o Uruguai. Foi em um golaço de falta de Luís Suárez, quase uma casualidade numa partida amplamente dominada pelos europeus. Contra a Nigéria, porém, a vitória de 3 a 0 poderia ter sido mais magra. Os africanos criaram repetidas chances de gol.

A muralha espanhola

Em toda a Eurocopa de 2012, a Espanha sofreu apenas um gol. E foi justamente da Itália, no empate em 1 a 1 da primeira fase. Depois, passou incólume pelo restante do torneio – 4 a 0 na Irlanda, 1 a 0 na Croácia, 2 a 0 na França, 0 a 0 com Portugal e 4 a 0 na final, outra vez contra a Azzurra.

Antes, na Copa do Mundo de 2010, a Fúria já havia impressionado pela solidez defensiva. Sofreu dois gols na primeira fase, um para a Suíça e um para o Chile, e depois não foi vazada em toda a caminhada até o título – 1 a 0 sobre Portugal nas oitavas de final, Paraguai nas quartas, Alemanha na semi e Holanda na final.

Na África do Sul, a defesa ainda tinha a dupla do Barcelona, Piqué e Puyol, como base. Na Euro, começou a mudar, com o deslocamento de Sergio Ramos, então lateral-direito, para o meio da área. É assim que segue até hoje. O zagueiro do Real Madrid inclusive é apontado pela Fifa como o melhor jogador da Copa das Confederações até agora.

– É sempre uma alegria escutar isso, especialmente por sermos defensores, mas o mérito é de todos. Há um grande equilíbrio no grupo. Podemos ficar sempre concentrados para não fazer faltas. Esperamos manter essa dinâmica, manter o gol zerado, porque queremos ir à final – disse o jogador.

Mesmo com um meio-campo teoricamente mais ofensivo, a Roja se manteve sólida. A saída de Xabi Alonso, lesionado, poderia ter sobrecarregado Busquets na marcação, mas não é o que vem acontecendo.

– Costumo dizer que jogamos de forma mais conservadora com Xabi, mas Sergio (Busquets) ficou bem nessa posição. Ele segura bem a bola, controla o jogo, tenta jogadas individuais. E faz isso com segurança – comentou o técnico Vicente del Bosque.

Com tanta blindagem, os goleiros da Espanha só tiveram que fazer quatro defesas em toda a Copa das Confederações, de acordo com as estatísticas da Fifa. Uma de Casillas contra o Uruguai, e três de Valdés diante da Nigéria. Reina não foi ameaçado na goleada de 10 a 0 sobre o Taiti.

A enorme posse faz com que a Espanha não precise ter a mesma preocupação dos adversários com roubadas de bola. Ela teve apenas dez desarmes na Copa das Confederações, contra 26 do Brasil, por exemplo – o líder do quesito.

A Roja também se vê obrigada a fazer poucas faltas. Foram 30 (e três cartões amarelos) no somatório das três primeiras partidas, mais apenas do que o Taiti, que fez 19. O Brasil fez 67. A Itália, 51.

Como parar a Espanha

Encontrar uma forma de parar o ataque da Espanha virou obsessão no futebol. Cesare Prandelli, técnico da Itália, deve apostar numa fórmula caseira para tentar frear a campeã do mundo. Ele pretende recorrer à forte defesa do Juventus para travar os adversários.

Depois de três partidas no esquema 4-2-3-1, o comandante estuda agora adotar o 3-4-2-1, uma derivação do 3-6-1. A grande mudança está no posicionamento dos zagueiros. No treino fechado de terça-feira, no estádio Presidente Vargas, ele formou o setor com Barzagli, Bonucci e Chiellini, o mesmo trio campeão italiano pelo clube de Turim.

Pelo menos no campeonato nacional, a presença deles deu resultado. A defesa foi a sustentação para que o Juventus caminhasse tranquilo em direção ao bicampeonato. Em 38 partidas, o time sofreu apenas 24 gols, média de 0,63 por confronto, o melhor rendimento entre os 20 participantes.

Fonte: Globoesporte.com

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Atualizado: 26/06/2013 12:09

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