O Maracanã recebeu no último domingo o seu primeiro jogo oficial e o segundo entre grandes seleções. Depois do Brasil x Inglaterra, não era mais teste. Era para valer. E, no geral, o remodelado estádio passou no teste no que diz respeito ao conforto do torcedor. Com a exceção dos protestos nas ruas do entorno e algumas filas, foi cômodo para o público ir e voltar da partida em que a Itália venceu o México por 2 a 1, pela Copa das Confederações.
Meio de transporte recomendado pelas autoridades, o metrô deu vazão à demanda. Apesar de cheios, os trens circularam sem que houvesse muitos problemas para os torcedores. No entanto, as reclamações foram quanto às sinalizações. Morador de Rondônia, Heverton Almeida auxiliou um grupo de São Paulo que custou a entender o sistema de transferência de linhas da Zona Sul para chegar até a estação Maracanã.
– Minha sorte foi que vim ao Maracanã no sábado. Então, já sabia como funcionava – disse Heverton.
Dentro do metrô, um trio de mexicanos aprovou o meio de transporte para chegar ao estádio. Segundo eles, foi por meio de voluntários e funcionários que souberam a melhor maneira de desembarcar no Maracanã e torcer por sua seleção.
– Foi uma funcionária quem nos disse que não precisávamos comprar bilhetes para o metrô se tivéssemos os ingressos para o jogo – disse Sankarsana Romero, que chegou ao Rio no último sábado com os amigos Noel Arostegui e Daniel Seseña.
No entanto, o primeiro momento complicado do dia foi exatamente no desembarque. Quem desceu na estação São Cristóvão a pouco menos de uma hora do início do jogo deu de cara com uma multidão que protestava contra os gastos públicos na realização dos eventos esportivos internacionais. Embora bem protegido pela polícia, o público mostrou-se tenso com a possibilidade de um confronto. Assim, muitos tiveram de se proteger dos sprays de pimenta atirados aos manifestantes que tentaram avançar pelo viaduto que dá acesso ao Maracanã.
– Para quem é carioca e está acostumado a vir a clássicos no Maracanã, spray de pimenta é tranquilo. Aliás, acho que muita organização às vezes até atrapalha – disse Atilano Neto, torcedor do Vasco, que usou sua camisa para tentar escapar dos efeitos do spray lançado pelos policiais.
Dentro do estádio, o público precisou usar muito os voluntários para acharem seus assentos. Do lado de fora, alguns funcionários indicavam o portão mais próximo usando megafones, mas falavam muito em português e usavam pouco o espanhol e o inglês, úteis para os turistas.
Durante a partida, muitos torcedores perderam os primeiros minutos do segundo tempo por conta das filas. Quem queria usar o banheiro levava cerca de cinco minutos na espera. Para comprar alimentos, o tempo era praticamente o dobro. Então, quem fez as duas coisas perdeu, no mínimo, o tempo exato do intervalo do jogo. Mesmo assim, o que se viu foram sanitários funcionando, com boa limpeza, água e papéis disponíveis.
Na saída, foram formadas novas filas por causa do fluxo de pessoas ao mesmo tempo nas estações de metrô. A parada Maracanã, mais procurada pelo público, teve longa espera. Na São Francisco Xavier, com roletas abertas ao público, houve menos reclamações e mais facilidade para embarcar.
– No Brasil x Inglaterra, eu já tinha visto que a estação Maracanã ficava lotada. Então, agora optei pela São Francisco Xavier e voltei com tranquilidade – afirmou o carioca Adriano Burgi.
Fonte: Globoesporte.com