A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu na tarde desta quinta-feira (16) um inquérito para investigar suposta importunação sexual dentro da casa do Big Brother Brasil, localizada na região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde ficam os estúdios da TV Globo.
A decisão da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá vem depois de imagens do reality show mostrarem dois participantes terem tido contato físico com a atriz e modelo mexicana Dania Mendez durante uma festa realizada na noite de quarta-feira (15). Dania visita o Brasil em uma espécie de intercâmbio com o programa mexicano La Casa de Los Famosos.
Em determinado momento da festa, o cantor Guilherme Pinho, o MC Guimê, estava com as mãos nas costas da mexicana e as deslizou para baixo. A atriz tirou as mãos dele em sinal claro de reprovação.
Em outro momento, o lutador Antônio Carlos Júnior, conhecido como Cara de Sapato, deita na cama com a mexicana, tenta beijá-la e cobre os dois com o cobertor, segurando o corpo dela.
Depois, em pé, beija a boca da convidada internacional do programa. Dania não teve reação agressiva em nenhuma das situações. Ela apontou, no entanto, que não consentiu com os atos.
Após as cenas viralizarem, a hashtag “EXPULSA OS DOIS BBB” se espalhou pelo Twitter e se tornou um dos assuntos mais comentados.
Pedidos de desculpas
Um pedido de desculpas foi publicado nas redes sociais controladas pela equipe de Guimê. “Como todos vocês, nós assistimos e lamentamos os episódios envolvendo o MC Guimê”, diz a nota.
“Guimê acabou exagerando na bebida o que o fez passar dos limites em alguns momentos. Sabemos que não há justificativa nenhuma e esperamos que ele possa compreender seus erros e atitudes quando estiver aqui fora”, acrescenta.
“Firmamos o compromisso de que quando o Guimê sair do programa, ele verá todas as imagens e acima de tudo entenderá o quão grave se trata o que aconteceu, pedindo desculpas diretamente a quem precisa e revendo todos os comportamentos de ontem. Pedimos desculpas à Lexa [esposa do cantor], Dania, Bruna, seus familiares e aos fãs”, completa o texto publicado. O último nome é o de Bruna Griphao, participante do programa e que também foi apalpada pelo MC.
Nas redes sociais de Antônio Cara de Sapato foi publicada uma mensagem mais curta que diz: “Sobre a madrugada: sabemos que certas atitudes não podem acontecer nem por brincadeira. Por isso nossas sinceras desculpas à Dânia e sua família pelos acontecimentos. Quando sair da casa e ver essas imagens, Sapato vai precisar entender o que aconteceu, rever comportamentos, se desculpar e aprender que há limites que não podem ser ultrapassados”.
Patrocinadores repudiam assédio
Em suas contas nas redes sociais, patrocinadores do Big Brother Brasil repudiaram atitudes de assédio. O Mercado Livre, que faz ações em merchandising na casa publicou uma imagem com uma mão sinalizando “pare” e o texto: “Até mesmo um aperto de mão, só deve acontecer quando há consentimento de ambas as partes. Nós, do Mercado Livre, estamos ao lado das mulheres e contra o assédio”.
A linha de amaciantes Downy postou um comunicado em seus stories do Instagram com o texto: “Downy repudia qualquer tipo de assédio. Acreditamos que esse é um problema social e estrutural, com impactos danosos para a sociedade, principalmente para as mulheres. Somos comprometidos com uma cultura que valoriza o respeito, a empatia e em fazer parte de ações que combatam esse tipo de atitude”.
O avatar da Magazine Luiza compartilhou uma imagem segurando um quadro dizendo: “Se em frente às câmeras isso acontece com as mulheres, imagine quando ninguém está olhando”. “Se você presenciar qualquer uma dessas situações, DENUNCIE!”, postou no Twitter a rede de varejo.
“Papo reto aqui pra vocês: a magia só acontece na base do respeito. Qualquer atitude contrária aos nossos valores NÃO nos representa e não passamos pano!”, postou a conta da Coca-Cola Brasil no Twitter.
A Riachuelo também usou as redes sociais para falar sobre “limites ultrapassados”: “Existem limites que não podem ser ultrapassados e assédio é um deles. Não tem nada a ver com a roupa que uma mulher usa. Defendemos o direito de todas serem e usarem o que quiserem sem ter o corpo invadido. Nossa solidariedade às mulheres que passaram e passam por esta situação”.