Quando um jovem precisa receber mais atenção? Eu, como estudiosa das questões da mente, jamais teria a prepotência de definir uma idade para isso. Todas as idades importam, porque danos à nossa mente podem ocorrer em qualquer época. Se você tem filhos, essa pergunta perde ainda mais sentido. Portanto, nosso alerta para supervisionar nossas atitudes com os jovens é constante.
Independente disso, sou do grupo que acredita que conhecimento nunca é demais. Portanto, se você precisa lidar com jovens, tem que conhecer como funciona sua maturidade mental, para não escorregar em erros evitáveis e acabar prejudicando pessoas ainda em formação.
Precisamos saber que, por volta dos 12 anos, é formado na nossa mente uma barreira que envolve o subconsciente. Essa barreira tem a função de não permitir que qualquer tipo de sugestão aleatória entre na nossa mente e faça parte da nossa programação mental. Já pensou se não existisse essa barreira, chamada de fator crítico? Sem essa barreira, poderíamos ser uma pessoa pela manhã, acreditando em coisas, imaginando cenários e sonhando, mas já de tarde, depois de outras sugestões recebidas, seríamos outra pessoa, pensando totalmente diferente. É esse fator crítico que nos assegura que iremos pensar antes de agir, raciocinar e calcular antes de mudar completamente o rumo ou evitar que acreditemos em sandices.
Quando criança, não conseguimos separar o que é imaginário e o que é real. Mas, conforme ficamos mais velhos, a partir do momento em que o fator crítico se consolida na mente, o pensamento fica mais racional, calculado. A criança, por exemplo, acredita em Papai Noel, já um adolescente ou adulto passa a não acreditar mais. Esse é o efeito do fator crítico. É aí que vem a pergunta: o quanto, então, a criança está vulnerável, antes de esse fator crítico começar a agir? Eis o ponto de atenção com nossas crianças.
O que acontece é que, na infância, quando o fator crítico ainda não está desenvolvido, muitas crenças e traumas podem ser formados. A vulnerabilidade da criança nessa idade é enorme, permitindo que impactos emocionais se transformem em verdadeiros furacões na mente.
Imagine uma criança que todos os dias ouve: “você não sabe fazer nada direito”, “você não presta para nada”, “nunca vai ser ninguém na vida”… Com essa repetição, pode se formar uma programação mental na criança, que a acompanhará até a fase adulta. Com esse forte impacto enquanto criança, pode-se gerar um adulto traumatizado, que desenvolveu bloqueios para a vida. Este adulto pode ter comportamentos que vão se repetindo ao longo dos anos e que o impedem de ter uma vida plena e exitosa. Você já se fez perguntas sobre de onde vieram seus medos ou certos bloqueios na sua vida? Pode ter sido assim.
Recebo no meu consultório diversas pessoas que trazem essas questões para resolver. Através das técnicas da hipnose clínica, conduzo meus pacientes a descobrirem o que está segurando sua vida e busco, junto com eles, a ressignificar tais pontos. É um trabalho maravilhoso, que vai na profundeza do problema e tenta trazer a solução para uma vida toda. Por isso, eu sempre digo: se perceber que algo está fora dos trilhos, procure ajuda. Não deixe que esses problemas passem anos ou até décadas sem solução. Os problemas até podem vir lá da infância, mas também podem ter solução. O primeiro passo é buscar ajuda. Conte comigo.