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Infelizmente, a sociedade é um ambiente que nos adoece, cabe a nós nos protegermos e observarmos sempre os sinais que nossa saúde mental nos dá.
Você deve ter visto o caso da atleta Simone Biles, que abandonou competições das Olimpíadas de Tóquio sob o argumento de que precisava cuidar da saúde mental. Agora estamos vendo o surfista Gabriel Medina, que declarou que não vai competir em etapas da WSL, a liga mundial de surfe, por questões de saúde mental. Assim como eles, diversos outros atletas, grandes executivos, artistas e até pessoas comuns estão parando suas vidas para tratar da mente, em primeiro lugar. Então, eu pergunto a você: quando você também irá dar mais atenção à saúde da sua mente?
Precisamos falar sobre a saúde das suas emoções. Sabemos que, tempos atrás, era muito difícil o acesso a um profissional de saúde que cuidasse da mente das pessoas. Porém, com o passar do tempo e o surgimento de novos profissionais especializados, essa realidade mudou. Hoje, você pode contar com uma rede de apoio que lhe acompanha desde os primeiros sintomas até a estabilização total das suas crises. Eu, por exemplo, atendo diariamente diversas pessoas na minha clínica com técnicas de hipnoterapia. Meus pacientes, a partir do tratamento, finalmente resgataram o lado bom da vida, enquanto antes só enxergavam trevas e crises. O que você precisa fazer é se permitir ser ajudada.
É preciso levarmos muito a sério a questão da saúde mental, caso queiramos mudar a realidade abusiva da sociedade atual. Se pegarmos o exemplo da figura da mulher, como mãe, esposa ou funcionária, sabemos que a violência psicológica contra ela está presente diariamente. E não estou falando apenas dos casos de homens violentos que não aceitam que a mulher tenha vida própria, que diga não e que seja um ser pensante, com vontades e desejos. A violência vai além, está enraizada nos hábitos machistas da sociedade, pressionando a mente da mulher a um ponto exaustivo, exigindo abusivamente que ela seja uma super heroína todo santo dia.
Outro exemplo comum é quando há um casal tóxico, que se alimenta de crises diárias. Para esses casos, a saúde mental é exaurida constantemente, gerando traumas e inflamando sintomas. O tratamento precisa ser conjunto, tanto do homem, quanto da mulher, pois ambos se acostumaram a este relacionamento tóxico, que só piora a cada dia. Por isso, não podemos negligenciar os sinais, porque ciúme obsessivo não é amor. Precisamos parar de romantizar as relações danosas achando que é apenas cuidado. Isso destrói a saúde mental de ambos de forma, muitas vezes, sequer percebida.
Como participantes dessa sociedade adoecida, nós precisamos reforçar nossa identidade, saber o que é importante para nós, para não ficarmos doentes também. Precisamos ter a clareza do que esperar de um relacionamento, seja este profissional, pessoal ou romântico. Não existe mágica que solucione todos os problemas, muito menos um grande salvador que aparecerá e acabará com todos os conflitos. Infelizmente, a sociedade é um ambiente que nos adoece, cabe a nós nos protegermos e observarmos sempre os sinais que nossa saúde mental nos dá. Na primeira suspeita de que está havendo distúrbios, procure ajuda. É possível viver em paz, mas você precisa começar a dar mais importância à saúde mental.
