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Mulher de ID – Como mulheres chegam ao autoconhecimento

08 ago 2021 - 16:25

Redação Em Dia ES

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Essa semana, perguntaram-me como tinha sido minha decisão por seguir a profissão que hoje sigo. Para quem não sabe, eu não comecei na área de terapia. Eu iniciei minha carreira profissional como administradora, que foi minha primeira graduação. Eu e meu marido criamos uma empresa familiar do zero e trabalhamos por anos para fazê-la prosperar. Paralelamente, construí uma empresa de derivados de chocolate, muito promissora. Depois de mais de uma década, resolvi fechar a empresa de chocolate, mesmo em seu auge, para investir em autoconhecimento. A empresa familiar de frutas já estava andando bem, então resolvi realizar um sonho: ajudar mulheres. E, então, o cenário começou a mudar, como vou explicar.


Por muitos anos, convivi com mulheres em todos os ambientes pelos quais passei. Nesse percurso, conheci muitas mulheres sofridas, fossem solteiras ou casadas, que sequer tinham a oportunidade de sair de uma realidade violenta, refém do medo e sem saúde. Ao ver cada vez mais os julgamentos da sociedade sobre aquelas mulheres, nascia em mim a vontade de ajudá-las de forma mais objetiva. Foi, então, que resolvi fazer outra graduação: direito. Queria me tornar delegada para ajudar, com a força da lei, aquelas mulheres.

Durante o estudo do direito, descobri uma realidade ainda mais profunda. Muita mulheres, de fato, precisam da justiça para ajudá-las. Mas entendi que, se eu as ajudasse a sequer entrar naquela situação de calamidade, eu poderia evitar inclusive mortes. Comecei uma busca incessante por esse fator que poderia ajudar milhares de mulheres antes mesmo de serem vítimas. Percebi que mulheres com autoconhecimento desenvolviam um poder de antecipação de problemas, e isso poderia salvá-las antes do pior.

Autoconhecimento e inteligência emocional para mulheres tornaram-se minha missão de vida. Passei a pegar meu conhecimento de administração e de direito e juntar com cada formação que fazia na área de saúde mental. A cada prática terapêutica e muitos aprofundamentos em estudos e pesquisas psicanalíticas, passei a ter mais certeza de que a proteção da mulher não era apenas com seu agressor na prisão, mas também no autoconhecimento que ela poderia desenvolver.

Saber quem se é, o que merece, para onde seguir e o que não aturar pode fazer essa mulher muito mais dona de si, e não refém de situações alheias. Esse poder de autoconhecimento e inteligência emocional protege tanto a vida da mulher como também seu entorno e sua família. Foi assim que percebi que eu poderia ajudar mulheres a se verem mais fortes, reencontrarem sua identidade, sem permitir que sua saúde mental fosse abalada a ponto de se perderem e sofrerem ou serem reféns de abusadores.

Entendi que era sim também uma saída de combate à violência gerar nessa mulher a certeza da sua grandeza, do seu poder, da sua beleza, dos seus talentos e da sua importante existência. Uma mulher empoderada e conhecedora de quem ela é, sim, pode identificar de longe um abusador e sequer permitir que esse situação se agrave. E para aquelas que já se encontravam em relacionamentos assim, esse mesmo autoconhecimento poderia salvá-la. Percebi isso, acreditei nessa ciência, reuni habilidades e iniciei essa missão que hoje coleciona tantos frutos.

Foi assim que me encontrei sendo terapeuta de mulheres e famílias. Hoje, uso técnicas de hipnoterapia e psicanálise para ajudar tanto pessoas abaladas pelo contexto em que vivem quanto aquelas que se encontram sem rumo, com horizonte nebuloso. Mulheres que se perderam no cotidiano, que estão sem sonhos, que vivem tristes e sem perspectivas, com medo da vida, que acreditam não conseguir superar abalos, com autoestima destruída e sem qualquer organização para prosseguir em qualquer projeto. Minha missão é segurar nessas mãos, para que essas pessoas consigam voltar a viver bem.

Minha celebração é quando vejo pessoas que consegui ajudar sentindo-se muito mais felizes, convictas de quem são, com metas e objetivos de vida resgatados e, principalmente, identificando com bastante discernimento o que pode ou não tirar sua saúde mental, para que cenários tão sinistros não as sequestrem mais, sabendo dizer não. Essa é minha missão. Por isso, digo sempre às mulheres: você não está só, estamos juntas, em prol da sua saúde. Quando precisar, procure ajuda.
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Atualizado: 08/08/2021 16:25

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