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Confira a mostra ‘Nada Me Falta’ de videografias com mulheres surdas e cegas

24 ago 2024 - 10:15

Redação Em Dia ES

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São 15 vídeos, com cerca de dois minutos cada, que alternam ações filmadas em locações externas com testemunhos de vida
São 15 vídeos, com cerca de dois minutos cada, que alternam ações filmadas em locações externas com testemunhos de vida. Foto: Comunicação/Secult-ES

Depois de estrear em dois cinemas de Vitória, a mostra de videografia contemporânea ‘Nada Me Falta’ agora pode ser vista pelo site do projeto (www.nadamefalta.com.br). São 15 vídeos, com cerca de dois minutos cada, que alternam ações filmadas em locações externas com testemunhos de vida.

As videografias foram exibidas nas grandes telas do Cine Jardins e do Cine Metrópolis, entre julho e agosto, com grande público espectador formado por alunos de escolas públicas, familiares e amigos das artistas, além de representantes da comunidade de Pessoas Com Deficiência (PCD).

Doze mulheres surdas e cegas foram selecionadas pela diretora da mostra, Rejane Arruda, em dezembro de 2023. A partir de então, as nove cegas e as três surdas escolhidas se dedicaram, com uma equipe de mulheres artistas ouvintes-videntes, a um processo de criação que durou oito meses.

“Esta iniciativa que trabalha com a interação entre mulheres cegas e surdas com artistas videntes-ouvintes é inédita no Espírito Santo e aposta na inclusão através da arte. Buscamos desenvolver pontos de reflexão sobre a subjetividade, cultura e sociedade dentro da estética do vídeo contemporâneo, a partir da contribuição dessas mulheres com seus testemunhos de vida e ações performativas”, afirma Rejane Arruda.

A partir da ideia de integração entre as diferentes formas de ver, ouvir e se comunicar, as gravações exploraram cenários diversos da Grande Vitória, como a pedreira de Maruípe, a praia da Barra do Jucu, um parque de diversões, além de ruas e casas de bairros da Região Metropolitana onde vivem as mulheres.

Uma realização da Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil), em parceria com a Cia Poéticas da Cena Contemporânea, a mostra ‘Nada Me Falta’ é o primeiro trabalho exibido no cinema desse coletivo que já se tornou referência em trabalhos artísticos inclusivos envolvendo a participação de pessoas com deficiência. A SOCA Brasil já desenvolveu, nos últimos cinco anos, peças de teatro com cadeirantes e cegos, exposição de fotógrafos cegos, um espetáculo musical de cantores cegos, performance slam com surdos.

“O nosso coletivo vem realizando trabalhos inclusivos na arte contemporânea há cerca de cinco anos e já introduziu na cena cultural dezenas de pessoas com deficiência. Trabalhamos a oportunidade dessas pessoas produzirem, se expressarem, entenderem linguagens artísticas e estarem presentes nesses ambientes”, destaca Rejane.

As atividades da mostra ‘Nada Me Falta’ foram realizadas por meio do patrocínio da empresa Transportadora Associada de Gás TAG e apoio do Governo do Espírito Santo, com recursos da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (Licc), operacionalizada pelas secretarias da Cultura (Secult) e da Fazenda (Sefaz-ES).

Linguagem e subjetividades

A videografia de “Nada Me Falta” debate a linguagem, dispositivos de subjetivação e a integração por meio da cultura. Em “Mão com Mão”, Ester Correia, uma mulher surda, ensina a Língua Brasileira de Sinais para Cinthya de Oliveira, mulher cega, por meio da Libras Tátil. Já “Tecla Espaço”, mostra a importância da difusão da escrita em Braille. “Os Dedos da Nona” apresenta a cultura da música como um dos instrumentos possíveis para a transposição de barreiras linguísticas, quando a mulher cega Geovana Santos adivinha a 9ª Sinfonia de Beethoven tocada em seu corpo pela surda Leidiane Dias.

A mostra traz ainda um painel diverso de histórias de vida e identidades. Enquanto em “Meu Primeiro Grande Amor” Eusilane Lopes testemunha uma relação homoafetiva de dezesseis anos, “Calma Doido!” revela a procura de um companheiro pela mulher cega Alice Dordenoni em sites na internet. Em “Caimento”, a cantora Maria Trancoso conta detalhes de sua relação com o cuidar-se. Cinthya de Oliveira, cega total de nascença, vive fortes emoções em uma montanha russa na videografia “Só Doidera”. O trabalho apresenta realidades e contextos diversos de vida, com marcas de identidade fortes.

Redes Sociais:
Nada Me Falta: Videografia de Mulheres Surdas, Cegas e Ouvintes-videntes em Interação
https://www.instagram.com/nada.me.falta/
Canal Youtube: https://www.youtube.com/@nadamefalta.videografias
SOCA Brasil (Instagram): https://www.instagram.com/socabrasil/

Sites:
SOCA Brasil: https://www.socabrasil.org/

Nada Me Falta:
https://www.nadamefalta.com.br/
Mostra Nada me Falta

Lista de Vídeos

1 – Os Dedos da Nona
2 – Tecla Espaço
3 – Mão Com Mão
4 – O Que Você Vai Ser Quando Crescer?
5 – Sopro
6 – Caimento
7 – Je M’Appelle Josefine
8 – Escutando Eduardo Costa
9 – Calma, Doido!
10 – Espelhos
11 – No Fio Da Vida
12 – Meu Primeiro Grande Amor
13 – Só Doidera
14 – Telma e Fadini
15 – Meninas

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