Ela sofreu uma isquemia em outubro do ano passado, ficou hospitalizada em um quarto e passava 24 horas na companhia de sua empregada, uma fiel escudeira, que trabalha há 60 anos para a família.
A informação do falecimento foi confirmada pela assessoria do hospital por meio de um comunicado: “A senhora Cleyde Becker Yaconis, 89 anos, faleceu na tarde desta segunda-feira, 15 de abril de 2013, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde outubro de 2012. O corpo será velado nesta terça-feira, no distrito de Jordanésia, município de Cajamar, onde será sepultado”.
O último trabalho da atriz na televisão foi a novela Passione (2010), em que interpretou a divertida personagem Brígida. A senhorinha fogosa vivia um cômico triângulo amoroso com o marido Antero (Leonardo Villar) e o motorista Diógenes (Elias Gleizer). Para a novela, ela usava uma peruca branca e volumosa.
Na época das gravações, Cleyde sofreu uma queda e fraturou a cabeça do fêmur. Ela, que morava em São Paulo e passava dias no Rio de Janeiro por conta do trabalho, passou por uma cirurgia no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, onde ficou internada por seis dias.
>> Carreira
Cleyde fez parte do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) ao lado da irmã, a também atriz Cacilda Becker, participando de diversas montagens na década de 50. A primeira novela que contou com sua atuação foi O Amor tem Cara de Mulher, na extinta TV Tupi, em 1966. Na trama, ela interpretava a personagem Vanessa. O aceitação do texto foi tão boa que a emissora mexicana Televisa comprou os direitos autorais e fez três versões, uma delas intitulada El amor tiene cara de mujer.
Em 1967, Cleyde protagonizou a novela Éramos Seis, também na TV Tupi, interpretando a sofrida Dona Lola. A novela era assinada por Sílvio de Abreu, com quem a atriz trabalhou ainda nas novelas As Filhas da Mãe (2001), Torre de Babel (1998) e Rainha da Sucata (1990).
Durante sua carreira, acumulou passagens por diversas emissoras. Além da Tupi e da Globo, esteve em novelas do SBT, da Band, da Record e da extinta Excelsior. Na TV Cultura, que chegou a produzir minisséries na década de 80, também esteve em algumas produções.
>> Homenagem em vida
O Teatro Cosipa Cultura, em São Paulo, passou a se chamar Teatro Cleyde Yáconis em junho de 2009. O local havia sido inaugurado um ano antes. A mudança do nome foi uma homenagem à atriz que protagonizou a primeira peça montada no local: O Caminho para Meca.
Em entrevista a QUEM, em maio de 2012, Cleyde afirmou que não temia a morte. “Não tenho medo. Não sei se esse sentimento é verdadeiro. Espero que na hora em que estiver morrendo eu também não tenha medo. Como assisti à morte de Cacilda e de minha mãe e não senti dor nelas, me espelho na passagem delas.”
Fonte: revistaquem.globo.com