A exposição precoce e demasiada a celulares, tablets, televisão e outros equipamentos com telas prejudica o desenvolvimento das crianças. Mas quais são os efeitos negativos do uso de dispositivos eletrônicos no público infantojuvenil e quais soluções podem ser criadas para controlar essa exposição?
Para responder a essas e outras dúvidas quando o assunto é o uso de telas, o Departamento de Foniatria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) promove a 2ª Semana da Foniatria até sexta-feira (20/10). Em formato 100% online, a programação contará com médicos da Foniatria, uma sub-área da Otorrinolaringologia responsável por diagnosticar distúrbios de linguagem humana e comunicação, orientando os pais e compartilhando conteúdos informativos para conscientizar sobre o assunto.
“O uso de telas é um tema que gera muitas dúvidas entre os pais. Além de explicar sobre quais prejuízos essa exposição pode trazer para o desenvolvimento das crianças menores, vamos abordar sobre as atividades que podem substituir os dispositivos eletrônicos na rotina de crianças e adolescentes e indicar de que maneira o uso excessivo desses equipamentos impacta negativamente a saúde mental desse público, além de outras orientações”, explica a coordenadora do Departamento de Foniatria da ABORL-CCF, Dra. Mônica Elisabeth Simons Guerra.
Na terça-feira (17), os especialistas participaram de um bate-papo ao vivo sobre o tema “Meu filho não fala”, que esclareceu possíveis causas do problema. Nesta quinta-feira (19), a pauta de discussão será “Telas: mocinhas ou vilãs?”.
Parecer técnico
No dia 9 de outubro, a ABORL-CCF, por meio do departamento de Foniatria, emitiu nota técnica alertando a população e reforçando à comunidade de profissionais de saúde os impactos negativos que a exposição prolongada às telas traz. Atrasos no desenvolvimento da fala e linguagem das crianças são alguns deles.
O documento, que pode ser acessado pelo link também elenca recomendações para o uso de dispositivos eletrônicos entre esse público.
“Até os 2 anos de idade, não é recomendado o uso de telas. Entre 3 e 6 anos de idade, esse tempo não deve exceder 1 hora por dia e deve ser reservado para atividades que envolvam interação com os pares, pais e cuidadores. E acima de 6 anos de idade e no caso dos adolescentes, deve-se pôr limites para garantir um equilíbrio saudável entre o tempo gasto em atividades físicas, sociais, sono e educacionais”, esclarece a Dra. Mônica.
A entidade também ressalta no parecer técnico que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos e a luz emitida pelas telas podem acarretar uma série de problemas de saúde e no desenvolvimento, incluindo sedentarismo, obesidade, isolamento social, ansiedade, depressão e afeta a produção de melatonina, provocando problemas de concentração, memória e distúrbios do sono.
No documento, os especialistas ainda destacam os danos aos adolescentes. O conteúdo traz outros alerta: o que começa como uma distração na tela ou simples experimentação de um jogo de videogame pode interferir no sono, na atividade física, no desempenho escolar e nas interações sociais presentes, além de levar a frustrações, isolamento, distorções da realidade e sentimentos perturbadores com os quais os adolescentes ainda não conseguem lidar, podendo ser gatilhos para transtornos psíquicos mais graves.