O Espírito Santo obteve resultados significativos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), que avaliou o desempenho em matemática de estudantes do 4º e 8º anos em escolas públicas e privadas brasileiras. Divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep na última quarta-feira (4), os dados destacam o estado como um dos dez melhores do país em proficiência matemática, embora ainda distante da média internacional.
Desempenho no 4º ano
No 4º ano do ensino fundamental, o Espírito Santo alcançou 397,6 pontos, próximo da média nacional (400), mas atrás dos líderes como Rio Grande do Sul (455,4), Minas Gerais (422,7) e Paraná (421,6). Nenhum estado brasileiro conseguiu atingir a média internacional de 503 pontos.
Ranking nacional do 4º ano:
1. Rio Grande do Sul – 455,4
2. Minas Gerais – 422,7
3. Paraná – 421,6
4. São Paulo – 417,5
5. Santa Catarina – 412,9
6. Distrito Federal – 407,1
7. Goiás – 400,4
8. Bahia – 400,0
9. Espírito Santo – 397,6
10. Paraíba – 394,8
Os números indicam avanços no desempenho capixaba, mas também apontam para a necessidade de estratégias voltadas à elevação das médias regionais.
Desempenho no 8º ano
No 8º ano, o Espírito Santo registrou 385,3 pontos, acima da média nacional (378) e à frente de estados como Bahia (384,6) e Distrito Federal (383,9). Ainda assim, o desempenho segue inferior à média internacional de 478 pontos.
Ranking nacional do 8º ano:
1. Rio Grande do Sul – 414,3
2. Minas Gerais – 403,7
3. Paraná – 397,6
4. Rio de Janeiro – 394,9
5. Santa Catarina – 393,6
6. São Paulo – 393,0
7. Rio Grande do Norte – 390,8
8. Espírito Santo – 385,3
9. Bahia – 384,6
10. Distrito Federal – 383,9
Dados gerais da pesquisa Timss no Brasil
A pesquisa Timss, aplicada pela primeira vez no Brasil, contou com a participação de 44,9 mil estudantes de escolas públicas e privadas, abrangendo alunos do 4º e 8º anos do ensino fundamental. A amostra incluiu 22.130 estudantes matriculados no 4º ano e 22.770 no 8º ano, distribuídos por 796 escolas para o 4º ano e 849 para o 8º. A pesquisa foi realizada entre agosto e setembro de 2023, com a colaboração de 1.187 professores de matemática e ciências no 4º ano e 904 professores de matemática e 916 de ciências no 8º ano. O Brasil alcançou uma taxa de participação superior a 75% nas duas etapas, conforme informado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os resultados da pesquisa mostraram que as médias de desempenho dos estudantes brasileiros ficaram abaixo da média internacional, tanto em matemática quanto em ciências. No 4º ano, a média internacional foi de 503 pontos em matemática e 494 em ciências, enquanto o Brasil alcançou 400 pontos em matemática e 425 em ciências. No 8º ano, as médias internacionais foram de 478 pontos em matemática e ciências, enquanto o Brasil obteve 378 pontos em matemática e 420 em ciências.
Além disso, o estudo revelou diferenças de desempenho entre as redes de ensino. As escolas privadas e federais apresentaram resultados significativamente superiores à média nacional em ambas as etapas, tanto em matemática quanto em ciências. As escolas localizadas em áreas urbanas também apresentaram desempenho superior em relação às rurais.
O estudo também analisou fatores relacionados ao ambiente escolar, como o bullying, que teve impacto direto no desempenho dos estudantes. No 4º ano, 24% dos alunos relataram sofrer bullying, e esses estudantes tiveram médias significativamente mais baixas, com 368 pontos em matemática e 387 em ciências. Por outro lado, 48% dos estudantes que afirmaram nunca ou quase nunca sofrer bullying atingiram médias de 427 pontos em matemática e 459 pontos em ciências. No 8º ano, a realidade foi similar, com 23% dos alunos relatando bullying, impactando suas notas, que ficaram em 346 pontos em matemática e 384 pontos em ciências.
O Timss é realizado em ciclos de quatro anos, e o objetivo principal do estudo é avaliar o desempenho educacional de estudantes de diferentes países nas áreas de matemática e ciências, além de analisar os contextos de aprendizagem. A pesquisa oferece dados comparativos entre países e ao longo do tempo, e seus resultados são categorizados em quatro níveis de proficiência: avançado, alto, intermediário e baixo. Esses níveis são utilizados para classificar o desempenho dos estudantes e refletir suas habilidades nas áreas avaliadas.