O Dia da Escola, celebrado neste sábado, 15 de março, traz à tona a relevância da instituição educacional na formação de cidadãos conscientes e no desenvolvimento de uma sociedade mais justa e democrática. A data, que remonta à fundação da primeira escola no Brasil, em 1549, na cidade de Salvador, evidencia a evolução da educação ao longo dos séculos e o papel crucial da escola no preparo dos indivíduos para um mundo dinâmico e globalizado.
Este ano, especialistas em educação destacam os desafios enfrentados pelas escolas no século XXI e como essas instituições têm se adaptado às transformações sociais, tecnológicas e culturais. Ana Claudia Favano, gestora da Escola Internacional de Alphaville, Audrey Taguti, diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS, e Fátima Lopes, diretora-geral da Escola Bilíngue Aubrick, apresentam perspectivas sobre o papel da escola na sociedade atual.
Formação de cidadãos éticos
Ana Claudia Favano, especialista em Psicologia da Moralidade e Educação Emocional Positiva, destaca a importância da escola como um espaço de convivência e desenvolvimento ético. Segundo ela, a instituição educacional deve ser responsável por promover valores fundamentais como respeito à diversidade e a convivência social saudável. “O ambiente escolar é o espaço onde a convivência, o respeito à diversidade e os valores fundamentais são trabalhados no dia a dia”, afirma.
Favano também aborda os impactos do uso excessivo da tecnologia e a recente proibição do uso de celulares nas escolas como uma medida necessária para restaurar o foco na aprendizagem. “O excesso de uso de telas tem impactado negativamente o desenvolvimento emocional, cognitivo e cerebral das crianças e jovens. A escola precisa ser um espaço de concentração, desenvolvimento cognitivo e troca humana”, conclui.
Mercado de trabalho e o papel do Professor
Audrey Taguti, com 41 anos de experiência na área de Educação, defende que a escola deve preparar os alunos não apenas com conteúdo acadêmico, mas também com habilidades técnicas e socioemocionais essenciais para o mercado de trabalho. Para ela, a tecnologia pode ser uma aliada, mas deve ser integrada de forma consciente. “Ferramentas como inteligência artificial e aprendizado baseado em projetos podem potencializar a educação, mas nunca substituirão a interação humana e o papel fundamental dos professores”, explica.
Taguti ressalta também a mudança no papel do educador. “O professor não é mais apenas um transmissor de conhecimento, mas um facilitador que incentiva o pensamento crítico e a autonomia dos alunos”, afirma, destacando que metodologias centradas no aluno, como a sala de aula invertida, devem ganhar cada vez mais espaço nas escolas.
Formação de cidadãos globais
Fátima Lopes, especialista em Bilinguismo e Gestão Escolar, acredita que a escola deve preparar os alunos para atuar em um mundo globalizado, desenvolvendo uma mentalidade que transcende as fronteiras locais. Ela enfatiza a importância do ensino de idiomas estrangeiros e da valorização da diversidade cultural. “A educação precisa transcender as fronteiras locais e preparar os alunos para um mundo interconectado”, afirma.
Lopes também destaca a necessidade de integrar temas globais, como sustentabilidade e direitos humanos, ao currículo escolar. “Mais do que preparar para carreiras, precisamos formar cidadãos conscientes, capazes de atuar com responsabilidade social”, conclui, reforçando que o internacionalismo na educação vai além do ensino de idiomas e pode ser vivenciado por meio de práticas pedagógicas que promovem o contato com diferentes culturas.