Um grupo de alunos do 8º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Cívico-Militar (EMEFTI ECIM) Terfina Rocha Ferreira, localizada em Itacibá, Cariacica, desenvolveu um robô que promete facilitar a mobilidade de pessoas com deficiência visual. Batizado de “Robô Caramelo”, o dispositivo foi criado como uma alternativa tecnológica aos tradicionais cães-guia, buscando ampliar o acesso a soluções inclusivas. O projeto é destaque em eventos científicos nacionais e tem atraído atenção pela criatividade e funcionalidade.
A iniciativa teve início após a chegada de kits de robótica EV6 à escola, fornecidos como parte de um programa para estimular a inovação e a criatividade entre os alunos da rede municipal. Sob a orientação de professores, o grupo desenvolveu o robô com o objetivo de cumprir uma função social relevante. “Eu pedi a eles que um dos projetos cumprisse uma função social, então pensamos no que poderia ajudar. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um cão-guia, e ele foi evoluindo aos poucos”, explicou o professor Dionatan Queiroz, responsável pelo projeto ao lado de outros dois docentes.
A equipe é formada por três estudantes: Amanda Fernandes, de 14 anos, responsável pela programação; Brendon Fontana Maia, de 13 anos, que atuou como engenheiro; e Brayan Araújo, de 14 anos, líder do grupo. Juntos, eles projetaram o robô utilizando peças criadas em impressoras 3D na própria escola, um diferencial que chamou atenção nas competições. “Foi muito legal porque é algo novo que a escola proporcionou para a gente este ano”, destacaram os alunos.
O Robô Caramelo já conquistou o 3º lugar na Olimpíada Brasileira de Robótica 2024 e é finalista na Feira de Ciências e Inovação Capixaba (Fecinc), considerado o maior evento científico do Espírito Santo. Durante a feira, os estudantes tiveram contato com outras inovações voltadas para a inclusão, o que reforçou o potencial do projeto. “Lá na Feira de Ciências vimos muitos projetos com o mesmo objetivo do nosso, como um óculos tecnológico para ajudar pessoas com deficiência”, relataram.
Além de destacar a criatividade dos alunos, o robô oferece uma solução acessível frente aos altos custos e ao tempo de treinamento de cães-guia. “O projeto Robô Caramelo é um exemplo de como a criatividade e o empenho de nossos estudantes podem transformar ideias em soluções reais para a sociedade. Esse projeto reforça o nosso compromisso com a formação de cidadãos conscientes e solidários, capazes de criar alternativas que promovem a inclusão, autonomia e o protagonismo”, afirmou Angela Aparecida dos Santos Pagio, diretora da escola.
O Robô Caramelo segue em aprimoramento e deve continuar representando a escola e o município em eventos científicos. Segundo os idealizadores, cada etapa é uma oportunidade de refinar o projeto e contribuir para uma sociedade mais inclusiva.