O volume de vendas do comércio varejista no país recuou 2,6% na passagem de novembro para dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (9). Essa é a segunda queda consecutiva do setor.
No acumulado de 2022, o varejo avançou 1% — o menor crescimento desde 2016, quando marcou recuo de 6,2%. Em relação ao mesmo período de 2021, o setor apresentou alta de 0,4%.
O mercado esperava recuo de 0,7% na comparação mensal, segundo pesquisa da Reuters, e avanço anual de 2,40%.
“Esse resultado acumulado no ano está muito próximo ao dos anos anteriores. Em 2021, por exemplo, houve ganho acumulado de 1,4%, então, em 2022, há um crescimento similar, mas ainda mais tímido”.
Afirmou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, em comunicado.
“Além disso, é muito concentrado, em termos de variação, no setor de combustíveis e lubrificantes, que acumulou alta de 16,6% no ano, uma distância grande para o acumulado dessa atividade em 2021 (0,3%).”
Segundo a pesquisa, cinco das oito atividades avaliadas fecharam 2022 no azul: combustíveis e lubrificantes (16,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (14,8%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,3%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,7%).
A queda de 2,6% em relação a novembro é a maior desde agosto de 2021, quando o setor registrou recuo de 4,8%.
“Esse resultado de -2,6% acentua a queda do mês anterior (-0,9%). Em agosto de 2021, a retração de 4,8% havia sido precedida por um crescimento, ou seja, era um rebatimento, o que não é o caso do resultado de dezembro”, explica Santos.
“Nesse indicador não há aumento há três meses e esse cenário é ligado a um Natal mais fraco e a uma Black Friday mais fraca.”
A pesquisa ainda aponta que a queda foi disseminada por 19 unidades da Federação, com destaque para o Distrito Federal, que viu recuo de 8%, Paraíba, de 5,8%, e Amapá, de 4,8%.
Entre as oito que tiveram resultados positivos, os destaques foram Rondônia (3,3%), Mato Grosso (2,8%) e Tocantins (1,6%).