A taxa de desocupação no Brasil foi de 7,0% no primeiro trimestre de 2025, o menor percentual para o período desde 2012. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Apesar da alta de 0,8 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2024, o índice representa uma queda de 0,9 ponto percentual frente ao mesmo período do ano passado, quando a taxa estava em 7,9%.
De acordo com o IBGE, o aumento da taxa em relação ao último trimestre se deve principalmente à elevação de 13,1% na população desocupada — 891 mil pessoas a mais buscando emprego. Ao todo, o número de desocupados permanece 10,5% inferior ao registrado no mesmo trimestre de 2024.
A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, explicou que o crescimento da desocupação tem caráter sazonal e não compromete o desempenho recente do mercado de trabalho. “Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do 1º trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores”, afirmou.
A população ocupada recuou 1,3% em relação ao trimestre anterior, com 1,3 milhão de pessoas a menos trabalhando. Ainda assim, o número de ocupados é 2,3% maior do que o verificado no primeiro trimestre de 2024, o que representa 2,3 milhões de pessoas a mais.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado se manteve estável no trimestre, em 39,4 milhões de pessoas. Já o total de trabalhadores sem carteira assinada caiu 5,3%, o que equivale a uma redução de 751 mil pessoas. A queda foi puxada principalmente pelos setores de Construção, Serviços Domésticos e Educação.
A análise por setores de atividade não identificou crescimento no contingente de ocupados em nenhum dos grupamentos na comparação com o trimestre anterior. Houve queda em Construção (5,0%, ou menos 397 mil pessoas), Alojamento e Alimentação (3,3%, ou menos 190 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,6%, ou menos 297 mil pessoas) e Serviços Domésticos (4,0%, ou menos 241 mil pessoas).
Por outro lado, na comparação com o primeiro trimestre de 2024, houve aumento de ocupação em setores como Indústria Geral (3,3%, ou mais 431 mil pessoas), Comércio e reparação de veículos (3,1%, ou mais 592 mil pessoas), Transporte e armazenagem (4,4%, ou mais 253 mil pessoas), Informação e atividades financeiras (4,1%, ou mais 518 mil pessoas) e Administração pública e serviços sociais (4,0%, ou mais 713 mil pessoas). Os setores de Agricultura e Serviços Domésticos apresentaram retração.
No mesmo período, o rendimento médio dos trabalhadores chegou a R$ 3.410, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. O crescimento foi de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 4,0% em comparação ao mesmo período de 2024. Entre os setores com aumento de rendimento no trimestre estão Agricultura (4,1%, ou mais R$ 85) e Administração pública e serviços sociais (3,2%, ou mais R$ 145).
Comparando com o mesmo trimestre do ano anterior, também houve crescimento nos rendimentos dos setores de Construção (5,7%, ou mais R$ 141), Informação e atividades financeiras (4,1%, ou mais R$ 189) e Serviços Domésticos (3,6%, ou mais R$ 45).
A PNAD Contínua é o principal instrumento do IBGE para monitoramento do mercado de trabalho. A pesquisa utiliza uma amostra trimestral de 211 mil domicílios e conta com cerca de dois mil entrevistadores em todo o país. A próxima divulgação está prevista para o dia 29 de maio, com os dados referentes ao trimestre encerrado em abril.