Os dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF), compilados pelo Observatório Findes, revelaram resultados positivos na indústria capixaba. Segundo as informações divulgadas nesta terça-feira (14), nos últimos 12 meses, até novembro de 2024, a produção no Espírito Santo cresceu 1,4%, impulsionada pela alta de 2,9% na indústria de transformação e de 0,7% na indústria extrativa.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, explicou que a indústria de transformação é um setor central para a economia e que teve um bom desempenho ao longo do ano passado. “Quando falamos da indústria de transformação, estamos falando sobre agregar valor ao que é produzido pelas nossas fábricas. Por exemplo, fazemos isso hoje com o café, transformando os grãos em solúvel, ou quando produzimos, a partir do minério, produtos como vergalhões, tubos e chapas de aço”, apontou.
Segundo o gerente de Ambiente de Negócios do Observatório Findes, Nathan Diirr, os destaques da indústria de transformação foram os segmentos de metalurgia (7,5%), fabricação de produtos alimentícios (0,8%) e fabricação de produtos de minerais não metálicos (0,7%). Já a produção de celulose, papel e produtos de papel recuou 2,2%.
“Outra atividade que teve bom desempenho foi a metalurgia, que apresentou um crescimento consistente ao longo de 2024, com altas acumuladas em todas as bases de comparação. Entre os meses de janeiro e novembro do ano passado, o setor registrou alta de 6,8% em relação ao mesmo período de 2023”, comentou Diirr.
Otimismo para 2025
O cenário projetado para a indústria capixaba em 2025 é promissor, mesmo que o segundo semestre de 2024 não tenha sido positivo, de acordo com os dados da pesquisa do IBGE. O destaque deve ser o comissionamento do navio-plataforma Maria Quitéria, localizado no Campo de Jubarte, na parte capixaba do pré-sal da Bacia de Campos.
Segundo o gerente, espera-se que a plataforma atinja sua capacidade de produção ainda no primeiro semestre de 2025. “A embarcação pode produzir até 100 mil barris de petróleo por dia e processar até cinco milhões de metros cúbicos de gás natural”, afirmou Diirr.
A produção de minério de ferro, que apresentou resultados positivos ao longo de 2024, também deve manter bom desempenho, com destaque para a produção de pelotas de minério pela Vale e o retorno gradual das demais unidades produtoras da Samarco, que reativou a Usina 3 em Anchieta em agosto do ano passado.
No caso da indústria de transformação, a metalurgia continua como a atividade com crescimento consistente ao longo de 2024, com altas acumuladas em todas as bases de comparação. De acordo com o Instituto Aço Brasil, a produção de aço bruto no Espírito Santo foi de 6,7 milhões de toneladas até novembro, 4,8% acima do mesmo período de 2023.
“Ainda que o setor enfrente desafios relacionados à concorrência global com produtos chineses, conforme apontado pelo último relatório da ArcelorMittal, a empresa espera uma melhora na demanda externa. A expectativa é de recuperação da atividade de reposição de estoque, o que pode continuar impulsionando a produção do setor”, explicou Diirr.
Cenário nacional
No acumulado de janeiro a novembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, a produção industrial nacional teve alta de 3,2%, impulsionada pelo bom desempenho das indústrias de transformação (3,7%) e extrativa (0,7%). Apesar da redução na produção de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-2,8%), as altas nos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (12,4%), produtos alimentícios (2,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,4%) garantiram o saldo positivo.
Já na passagem de outubro para novembro, a produção industrial brasileira recuou 0,6%, puxada pela queda de 1% na indústria de transformação. Entre as atividades que apresentaram contração em novembro, destacaram-se o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,5%) e o de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,5%). Por outro lado, a produção de máquinas e equipamentos (2,3%) exerceu o principal impacto positivo em novembro de 2024.
Na comparação entre novembro de 2024 e novembro de 2023, houve um avanço de 1,7% na produção da indústria brasileira, influenciado pela alta de 2,9% na indústria de transformação e pelo recuo de 4,4% na indústria extrativa. As atividades que contribuíram para o saldo positivo incluíram veículos automotores, reboques e carrocerias (15,7%).