O Consumo nos Lares Brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), registrou alta de 4,24% em julho na comparação com o mês anterior. No mesmo período a cesta básica apresentou queda de 2,07%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31).
De acordo com a Abras, essa é a alta mais significativa do consumo no ano, quando se retira o crescimento sazonal da Páscoa, que foi de 7,29%. Na comparação com julho de 2023, o crescimento é de 3,37%, enquanto o acumulado do ano é de 2,52%, estando dentro das projeções do setor para 2023.
Todos os indicadores utilizados pelo estudo da Abras são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o levantamento contempla todos os formatos e canais operados pelos supermercados.
O vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, explica que a queda expressiva nos preços dos alimentos para consumo no domicílio em julho sinalizou que as medidas de combate à inflação precisam ser mantidas. “A busca por produtos de preços mais baixos reflete o comportamento de 54% dos brasileiros no momento de compor a cesta de abastecimento dos lares”.
Quanto ao recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos, houve variação de -2,07% em julho em comparação a junho e o preço, na média nacional, caiu de R$ 316,29 para R$ 309,75.
Feijão (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), carne bovina – corte do dianteiro (-2,47%), leite longa vida (-1,86%), café torrado e moído (-1,58%), farinha de mandioca (-1,54%), farinha de trigo (-0,71%), margarina cremosa (-0,13%), queijo muçarela (-0,20%), arroz (-0,74%) e massa sêmola de espaguete (-0,41%) foram responsáveis por puxar a queda. Já o açúcar refinado freou, com alta de 1,58%.
Projeções para os próximos meses
Para os próximos meses, o vice-presidente pondera que os reajustes nos preços dos combustíveis – especialmente do óleo diesel, em agosto – devem elevar os preços dos hortifrutigranjeiros, das carnes, dos laticínios e dos alimentos industrializados de forma escalonada e trazer impactos na cesta de abastecimento dos lares.
O imposto que estava zerado sob o preço dos combustíveis – PIS/Cofins – deve aumentar o preço dos repasses imediatos pelos fornecedores junto a reoneração dos combustíveis a partir de setembro, aumentando ainda mais o preço de produtos do varejo. Com essa medida, o diesel passa a ter um aumento de R$ 0,11 por litro em setembro e mais R$ 0,03 por litro em outubro.
Menor preço dos últimos 17 meses
Outra queda registrada em julho foi a da cesta Abrasmercado, de -1,51% na comparação com junho. Os preços, em média, recuaram de R$ 741,23 para R$ 730,06 – menor preço registrado desde fevereiro de 2022 (R$ 719,06).
O indicador mede a variação da cesta composta por 35 produtos de largo consumo: alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.
Segundo a Abras, a queda nos preços dos produtos lácteos, da proteína animal e a menor pressão das cestas de higiene e de limpeza contribuíram para o recuo dos preços em todas as regiões pesquisadas. Em julho, as quedas na cesta de lácteos foram puxadas por leite longa vida (-1,86%), leite em pó (-0,48%), margarina cremosa (-0,13%), queijos muçarela e prato (-0,20%).
As carnes seguiram a tendência de queda registrada no primeiro semestre: cortes do dianteiro (-2,47%), cortes do traseiro (-2,44%), frango congelado (-2,27%) e pernil (-1,44%). Pela primeira vez no ano, os ovos apresentaram estabilidade nos preços (0,01%).
Dentre os itens básicos, a única alta foi puxada por açúcar refinado (+1,58%). Já a queda mais expressiva foi registrada no preço do feijão (-9,24%), seguido por óleo de soja (-4,77%), café torrado e moído (-1,58%) e farinha de mandioca (-1,54%).
Na cesta de higiene e beleza, as principais quedas foram registradas em xampu (-0,69%), sabonete (- 0,11%), papel higiênico (-0,03%). Em limpeza, o sabão em pó registrou queda de -0,80% nos preços.
Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na região Sudeste (-1,58%), seguidas de Sul (-1,13%), Nordeste (-1,13%), Norte (-1,05%) e Centro-Oeste (-1%).