Os pedidos de demissão feitos pelos empregados atingiram um recorde histórico no período de um ano no Brasil. A explicação pode estar no aquecimento da economia e uma mudança no comportamento das pessoas.
Um mercado que sente as dificuldades de contratar e manter funcionários é o de bares e restaurantes, justamente pelas características desse comércio: os funcionários têm horário fixo, trabalha de final de semana e, às vezes, até altas horas da noite. Com grande oferta de vagas, fica difícil preencher as que têm maior exigência.
Mas a procura por funcionários se espalha também por outros setores da economia. A grande oferta de empregos levou o Brasil a um recorde histórico: nunca tanta gente pediu demissão, quase 8,5 milhões de brasileiros em 2024.
São pessoas que se demitem de um emprego para começar outro.
“Nos últimos anos, eu troquei de emprego variando de 1 a 2 anos, no máximo. No último, eu fiquei dois anos, esse aqui estou há sete meses. Mas sempre foi questão de ‘estou gostando, fico’, senão saio”, contou o garçom Gustavo Silva de Jesus.
Mas o fenômeno das demissões não é explicado só pela oferta de vagas.
“A gente tem uma entrada de uma geração mais jovem no mercado de trabalho que hoje preza por qualidade de vida, e são os jovens que proporcionalmente acabam se desligando mais, porque se eles encontram uma melhor oportunidade, em uma outra empresa, eles vão pular de uma empresa para outra sem nenhum problema, diferentemente das gerações anteriores que pesavam por fazer uma carreira numa única empresa para o resto da vida”, explica Bruno Imaizumi, economista da LCA.