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Inflação sobe 0,44% em setembro com disparada da conta de luz

09 out 2024 - 13:41

Redação Em Dia ES

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Alta de setembro foi influenciada pelo avanço de 5,36% da energia elétrica residencial, com a mudança de bandeira tarifária. Inflação brasileira acumula alta de 4,42% em 12 meses
Inflação sobe 0,44% em setembro com disparada da conta de luz. Foto: Sidney de Almeida/ Getty Images

A inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma alta de 0,44% em setembro de 2024. Esse resultado foi fortemente influenciado pela elevação de 5,36% nas tarifas de energia elétrica residencial, consequência da mudança na bandeira tarifária de verde para vermelha patamar 1, devido à grave seca que atinge o país. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,42%.

Divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de setembro marca a maior variação para o mês desde 2021, superando a deflação de 0,02% registrada em agosto. A nova tarifa de bandeira vermelha acrescentou uma cobrança extra de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido, impactando diretamente as contas de luz das famílias brasileiras.

Habitação e alimentos puxam inflação para cima
Entre os nove grupos analisados pelo IBGE, seis apresentaram alta em setembro, sendo o setor de Habitação o principal responsável pelo aumento, com alta de 1,80%. Além da energia elétrica, o gás de botijão subiu 2,40%, enquanto as taxas de água e esgoto e o gás encanado registraram aumentos mais modestos, de 0,08% e 0,02%, respectivamente.

No setor de Alimentação e bebidas, o aumento foi de 0,50%, pressionado pela seca que afetou a produção agrícola e a pecuária. Frutas como o limão (30,41%), mamão (10,34%) e tangerina (10,27%) foram os itens que mais encareceram. O preço da carne também registrou alta expressiva de 2,97%, a maior desde dezembro de 2020, segundo o IBGE.

Denise Ferreira Cordovil, responsável pela pesquisa de alimentos, destacou que a estiagem prolongada foi o principal fator por trás dessas altas. “Questões climáticas, ausência de chuvas e forte estiagem afetaram tanto as lavouras quanto a produção de carnes”, afirmou André Almeida, gerente da pesquisa.

Outros grupos e quedas pontuais
O grupo de Transportes, que também tem um peso significativo no IPCA, registrou alta de 0,14%, impulsionada pelo aumento de 4,64% nas passagens aéreas. Em contrapartida, combustíveis como gasolina e óleo diesel tiveram quedas leves de 0,12% e 0,11%, respectivamente.

Em relação aos serviços, houve desaceleração na inflação do setor, que passou de uma alta de 0,24% em agosto para 0,15% em setembro. A redução nos preços de atividades como cinema, teatro e concertos, que caíram 8,75%, contribuiu para essa desaceleração.

INPC e impacto sobre salários
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a inflação para famílias de renda mais baixa e é usado como referência para o reajuste do salário mínimo, também subiu em setembro, registrando alta de 0,48%. O INPC acumula alta de 3,29% no ano e de 4,09% em 12 meses.

O resultado de setembro veio levemente abaixo da projeção do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,46%. Mesmo assim, a inflação permanece uma preocupação, especialmente com a manutenção da seca que afeta os preços da energia e dos alimentos.

Grupos de produtos analisados pelo IBGE no IPCA de setembro:
– Alimentação e bebidas: 0,50%;
– Habitação: 1,80%;
– Artigos de residência: -0,19%;
– Vestuário: 0,18%;
– Transportes: 0,14%;
– Saúde e cuidados pessoais: 0,46%;
– Despesas pessoais: -0,31%;
– Educação: 0,05%;
– Comunicação: -0,05%.

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