A prévia da inflação de setembro de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,13%, abaixo dos 0,19% registrados em agosto e dos 0,35% de setembro de 2023. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,12%, um recuo em relação aos 4,35% observados no mesmo período anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quarta-feira (25).
O principal responsável pelo impacto no índice foi o grupo Habitação, que apresentou variação de 0,50% e contribuiu com 0,08 ponto percentual no IPCA-15 de setembro. Dentro desse grupo, a energia elétrica residencial foi o subitem que mais influenciou o resultado, registrando alta de 0,84%, após queda de 0,42% em agosto. O reajuste foi atribuído à adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, em vigor desde o início de setembro.
Energia elétrica e reajustes regionais influenciam variação
A alta na energia elétrica residencial foi reforçada por reajustes específicos em algumas regiões do país. Em Belém, por exemplo, houve redução de 2,75%, enquanto Porto Alegre registrou reajuste médio de 0,06% a partir do dia 19 de agosto. Outros reajustes no setor de habitação também contribuíram para o resultado, como o aumento nas tarifas de água e esgoto em cidades como Salvador (5,81%) e Fortaleza (8,05%).
Além disso, o subitem gás encanado apresentou alta de 0,19%, impulsionada por reajustes no Rio de Janeiro (2,77%) e mudanças nas faixas de consumo em Curitiba.
Alimentação desacelera após dois meses de queda
O grupo Alimentação e Bebidas, que possui o maior peso no cálculo do IPCA-15, apresentou uma leve alta de 0,05% em setembro, interrompendo uma sequência de dois meses de queda nos preços.
A alimentação no domicílio teve variação de -0,01%, com reduções nos preços da cebola (-21,88%), batata-inglesa (-13,45%) e tomate (-10,70%). Por outro lado, o preço de itens como o mamão (30,02%), banana-prata (7,29%) e café moído (3,32%) subiu.
Já a alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,22%, embora tenha desacelerado em relação a agosto, quando o aumento foi de 0,49%. O preço dos lanches subiu 0,20%, enquanto as refeições tiveram alta de 0,22%.
Outros setores e variação regional
Outros grupos que contribuíram para a alta do IPCA-15 em setembro foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), Artigos de Residência (0,17%), Vestuário (0,12%), Educação (0,05%) e Comunicação (0,07%). Em contrapartida, Despesas Pessoais (-0,04%) e Transportes (-0,08%) apresentaram queda, puxados principalmente pela redução nos preços da gasolina (-0,66%) e do etanol (-1,22%).
Na análise regional, sete das onze áreas de abrangência do IPCA-15 registraram aumento em setembro. Salvador teve a maior variação (0,35%), impulsionada pelas altas na gasolina (2,17%) e no gás de botijão (3,04%). Recife, por outro lado, apresentou a maior queda (-0,37%), influenciada pela redução nos preços da gasolina (-4,51%) e da cebola (-31,80%).
Metodologia e próximos passos
O IPCA-15 é uma prévia do índice oficial de inflação do país, o IPCA, e utiliza a mesma metodologia, com a diferença de que a coleta dos preços ocorre em um período distinto. No caso do IPCA-15 de setembro, foram considerados os preços coletados entre os dias 15 de agosto e 13 de setembro. O índice abrange as regiões metropolitanas de diversas capitais, além de Brasília e Goiânia, e reflete o consumo das famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos.
A próxima divulgação do IPCA-15, referente ao mês de outubro, está prevista para o dia 24 de outubro de 2024.