Nos sete primeiros meses de 2024, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Espírito Santo somaram mais de US$ 1,8 bilhão (ou R$ 10 bi), maior valor já registrado na série histórica, considerando os primeiros sete meses do ano. Esse resultado representa um crescimento de 81% em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 1 bilhão). O crescimento no valor de exportações do Estado foi consideravelmente superior em relação aos dados nacionais, onde o índice do Brasil teve crescimento de apenas 0,95% no valor comercializado e 5,3% em volume. Quase 1,6 milhão toneladas de produtos do agro capixaba foram embarcadas para o exterior, representando um crescimento de 10% em volume.
As maiores variações positivas no valor comercializado foram para:
- café cru em grãos (+192,5%),
- álcool etílico (+106,8%),
- carne bovina (+101,3%),
- mamão (+38,7%),
- celulose (+34,5%),
- café solúvel (+23,8%),
- chocolates e preparados com cacau (+13,6%),
- pimenta-do-reino (+8,8%) e
- gengibre (+0,4%).
Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas para:
- café cru em grãos (+180,4%),
- carne bovina (+123,8%),
- álcool etílico (+112,8%),
- mamão (+43,1%),
- café solúvel (+14%),
- gengibre (+16,9%), e
- chocolates e preparados com cacau (+5,6%).
“Desde o início de 2024, estamos com ótimos resultados nas exportações do agronegócio e, nestes sete meses, alcançamos o melhor desempenho da série histórica. Os preços internacionais continuam bons para boa parte de nossos produtos. A quantidade comercializada pelo Espírito Santo cresceu quase o dobro da média nacional e o café continua com volumes recordes exportados, principalmente o Conilon, que está se consolidando como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemorou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba – complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino – representaram 95% do valor total comercializado de janeiro a julho de 2024.
No acumulado do ano, nossos produtos foram enviados para 116 países. Os Estados Unidos se destacam como principal parceiro comercial, com 25% do valor comercializado. Além disso, a participação relativa do agronegócio nas exportações totais do Espírito Santo, de janeiro a julho, foi de 30,12%.
“Esses dados mostram como estamos avançando com competitividade no cenário internacional e isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, pontua Enio Bergoli.
De janeiro a julho deste ano, dez produtos se destacaram em geração de divisas. O complexo cafeeiro ficou em primeiro lugar com US$ 1 bilhão (55,9%); seguido por celulose com US$ 622,3 milhões (33,9%); pimenta-do-reino com US$ 94,6 milhões (5,2%); carne bovina com US$ 17,1 milhões (0,93%); mamão com US$ 15,8 milhões (0,86%); gengibre com US$ 13,7 milhões (0,74%); chocolates e preparados com cacau com US$ 11,4 milhões (0,62%); álcool etílico com US$ 7,7 milhões (0,42%); carne de frango com US$ 4,2 milhões (0,23%) e pescados com US$ 3,7 milhões (0,20%). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 18,4 milhões (1%).
Café segue em primeiro lugar
Na pauta de exportação do ano passado, o complexo cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo café conilon que mais que triplicou o volume de sacas exportadas no último ano. Nos primeiros sete primeiros meses deste ano, foram exportadas, aproximadamente, 4,16 milhões de sacas de conilon, 329,7 mil sacas de equivalente de solúvel e 296,8 mil sacas de arábica, que dá um total de 4,79 milhões de sacas de café de janeiro a julho. Um dado que chama atenção é a quantidade de sacas de café solúvel, que foi superior à quantidade de sacas exportadas do café arábica.
“O complexo cafeeiro continua sendo o grande destaque das exportações do agronegócio, consolidando o principal arranjo produtivo agrícola como o primeiro em geração de divisas, superando, e muito, as exportações de celulose. E o café conilon, presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas, foi o grande responsável por impulsionar esse resultado do primeiro semestre, visto que essa espécie representa mais de 87% do volume exportado do complexo cafeeiro do Espírito Santo. No acumulado do ano, de todo o café conilon exportado pelo Brasil, cerca de 81% teve origem capixaba”, complementa Bergoli.
De janeiro a julho, o Espírito Santo também foi o estado maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participação em relação ao total nacional de 83%, 58% e 43%, respectivamente. Além disso, superou o Estado de São Paulo na comercialização do complexo cafeeiro, envolvendo café cru em grãos, solúvel e torrado/moído, conquistando a segunda posição no ranking nacional das exportações totais de café e derivados.
Ressalva acerca dos dados
A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) do Espírito Santo, por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN/SEAG), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.
Em análise dos dados nas bases oficiais, notou-se uma inconsistência nos dados de exportações do agronegócio do Espírito Santo referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, especificamente relacionada ao produto “Açúcar de cana”, com código NCM 17011400.
De acordo com os registros disponíveis, constatamos que houve uma notável disparidade entre os valores e volumes de exportação do referido produto nos mencionados meses em comparação com dados históricos e informações fornecidas pelas indústrias sucroalcooleiras do Espírito Santo. Os valores registrados, sendo US$ 10,2 milhões em fevereiro e US$ 11,1 milhões em março, juntamente com os volumes de 19,8 toneladas e 21,6 toneladas, respectivamente, destoam significativamente das médias históricas de exportação do produto pelo Estado, principalmente considerando que esses dados são referentes apenas ao primeiro trimestre de 2024.
Após consultas realizadas junto às indústrias sucroalcooleiras e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, levantou-se a suspeita de que tais números possam ter sido inflados devido a possíveis erros no lançamento de notas fiscais ou ações de empresas de trading que atuam no Espírito Santo. Portanto, os dados de açúcar fora da curva foram desconsiderados nas nossas análises. A Seag está em contato com as entidades responsáveis para sanar a inconsistência.