O Espírito Santo superou a média nacional no crescimento do volume de vendas em 2023. O comércio de bens essenciais, como alimentos, remédio e vestuário, cresceu 3%, enquanto a média nacional foi de 1,7%. Já o comércio ampliado, como veículos, materiais de construção e atacado, cresceu 9,3% superando a média nacional de 2,4%.
Em 2023, os destaques do varejo foram supermercados e farmácias, que cresceram 6,6% e 6,4%, respectivamente. O mês que registrou maior número de vendas foi novembro, provavelmente puxado pelas promoções da Black Friday.
Os dados fazem parte do levantamento produzido pela Equipe Connect Fecomércio-ES, em parceria com a Faesa. O estudo faz análises desde 2010 até o fechamento de 2023, do Comércio, Serviços, Turismo, Mercado de trabalho e Consumo.
São considerados dados disponibilizados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), pelo Ministério do Trabalho (MTE) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Idalberto Moro, presidente da Federação do Comércio, comenta que não havia dado que pudesse mostrar a realidade e a importância do setor de comércio, serviços e turismo no Espírito Santo e que são informações importantes para nortear as decisões empresariais. A ideia, inclusive, é ampliar para dados de arrecadação de tributos.
O panorama da economia capixaba mostra que a reinvenção contínua e a capacidade de entender a mudança no comportamento dos consumidores são pré-requisitos para a sobrevivência e sucesso nos mais diversos setores.
“Estamos diante da transformação digital, que faz parte de um contexto mais amplo e mostra como a tecnologia permeia toda a nossa sociedade, influenciando como consumidores e empresários se relacionam e a forma como o comércio acontece. Nesse mesmo cenário está emergindo um novo estilo de vida, mais conectado e integrado, a chamada Economia do Compartilhamento. Vemos uma transformação na maneira como vivemos, trabalhamos, nos relacionamos e consumimos”, explica Ana Carolina Júlio, pesquisadora responsável pelo Connect Fecomércio-ES, Eixo Observa.
Políticas públicas de distribuição de renda, saúde e educação estimulam o consumo, avalia José Carlos Bergamin, vice-presidente da Fecomércio, além de um ambiente seguro para atração de investimentos. Ele também lembra que a reforma trabalhista e a terceirização impulsionaram novos negócios.
Comércio
Em 2023, o comércio capixaba teve o melhor desempenho da série histórica analisada, iniciada em 2010. Ao observar o volume médio de vendas do comércio do Espírito Santo, a partir de 2018 o indicador seguiu crescendo até o recorde em 2023.
O documento mostra também que o Espírito Santo tem se diferenciado no comércio de veículos no Brasil, performando acima do nível nacional.
O segmento destacado se mostra bastante heterogêneo e diversificado, sendo composto pelo volume de vendas de veículos novos e seminovos, motocicletas, bem como autopeças. Somos uma das principais portas de entrada para carros elétricos importados no país. Além disso, a quantidade de carros elétricos vendidos em 2023 já sinaliza o crescimento do segmento como tendência forte para 2024.
De acordo com a Fecomércio-ES, os comerciantes devem, cada vez mais, entender o consumidor final e saber o que ele procura, agregar serviços ao negócio. Uma tendência observada no varejo é o “Figital”, a união de operações físicas (lojas) com digitais (internet), via WhatsApp e Instagram. Outra tendência identificada foi o “Fast Good”, que seria a oferta de alimentação prática, rápida e saudável.
Serviços
O panorama mostra que o setor de Serviços no Espírito Santo teve crescimento pela terceira vez consecutiva, fato inédito desde o início da série histórica, em 2011.
O acumulado em 2023 foi de 7%, três vezes mais do que a média nacional, que registrou 2,3%. De acordo com a série histórica, o resultado do setor em 2023 foi o melhor dos últimos 10 anos.
Entre os grupos que se destacaram ao longo de 2023, o que mais cresceu foi: Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares. Esse grupo é composto por atividades jurídicas, de contabilidade, de consultoria empresarial; publicidade, pesquisa de mercado e aluguéis não imobiliários.
Vale ressaltar que a criação de novas empresas e profissões está gerando desafios na classificação tributária, com necessidade contínua de mão de obra qualificada. Por isso, para este ano, está prevista uma demanda crescente por serviços contábeis, destacando a importância da formação e qualificação profissional para lidar com os desafios da virtualização e digitalização.