O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará na próxima terça-feira (5) o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.
Após um primeiro semestre com resultados melhores do que os esperados, economistas apontam perda de fôlego e, possivelmente, retração das atividades entre julho e setembro.
Tanto no primeiro trimestre (com crescimento de 1,9%), quanto no segundo (0,9%), o avanço da economia superou as expectativas do mercado.
Nestas divulgações, o resultado do agronegócio puxou os dados para cima, fator que não deve se repetir com a mesma intensidade.
Economista-chefe do MB Associados, Sergio Vale projeta queda em torno de 0,5% para o PIB em uma conjuntura de enfraquecimento da produção no campo e os impactos da política monetária restritiva.
“O agro arrefece e serviços começa a sentir os efeitos dos juros. As commodities conseguiram sustentar o crescimento do primeiro semestre, mas passado esse efeito, a realidade de enfraquecimento que se vê no resto da economia fica mais clara”, diz.
Cristina Helena de Mello, professora de economia da ESPM, confere a efeitos de sazonalidade um olhar mais positivo. Para ela, a economia não deve sentir um grande baque no período encerrado em setembro.
“Este trimestre já capta as vendas de final de ano. Há certa expectativa de desempenho melhor da economia, em função dos programas de governo, como Desenrola, e em função de otimismo associado às reformas que estão sendo empreendidas”, indica.
Por outro lado, a especialista descarta também crescimento expressivo.
“Imagino que venha algum sinal sazonal de crescimento, mas não muito robusto”, completa.
Dados apontam desaceleração
Os dados que buscam antecipar o resultado do PIB corroboram para a percepção de desaceleração das atividades.
Visto como a “prévia do PIB”, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) fechou o terceiro trimestre em queda de 0,64% em relação ao segundo, reforçando as expectativas do mercado.
Já dados do Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), indica estagnação da economia no terceiro trimestre.