Sete em cada dez idosos brasileiros não consideram que o dinheiro de uma aposentadoria é suficiente para viver, segundo pesquisa feita pelo Serasa.
O levantamento também aponta que 58% dos idosos consideram que não conseguiram se planejar financeiramente para a melhor idade. E um terço daqueles acima de 60 anos está consumindo reservas financeiras que acumulou ao longo da vida.
Segundo a pesquisa, gastos com saúde estão entre os mais relevantes para 49% dos idosos ouvidos, atrás apenas dos gastos com alimentação, considerados os mais relevantes por 69%.
O levantamento pediu que 1.649 idosos respondessem um questionário virtual de 40 perguntas, entre 22 e 26 de setembro. A confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,4 pontos percentuais.
Educação financeira para idosos
A educação financeira é uma ferramenta recente no país e deve beneficiar as próximas gerações na preparação para aposentadoria. Pesquisas recentes já revelaram que as faixas etárias entre 18 e 50 anos passaram a consumir muita informação sobre finanças através das redes sociais e dos influenciadores.
Mesmo com maior acesso, ainda há dúvida sobre a compreensão e a disciplina para garantir mais segurança na terceira idade.
“Não é um processo que acontece com tanta rapidez. Até porque ainda não está claro o impacto que a educação financeira pode causar numa vida econômica mais sustentável. Porque a mudança precisa ser comportamental, não é apenas preencher as contas num caderno”, diz Fernando Gambaro, diretor do Serasa.
Gambaro diz que o Brasil nunca viveu um período em que o debate sobre a situação das finanças das famílias estivesse tão em alta. E cita o Desenrola como indutor desse debate, já que a negociação para limpar o nome de dezenas de milhões de brasileiros toma o noticiário nos últimos meses.
“Um dos motivos que ainda levantam dúvida sobre o grau de aprendizado com a educação financeira atual é a elevada inadimplência que temos hoje no país. Quando a gente olha a realidade, vemos isso”, ressalva o diretor do Serasa.