No final de junho de 2020, o escritor Maurício de Sousa concedeu uma entrevista ao colunista do site EmDiaES em forma de Edição Especial, acompanhe abaixo todo o conteúdo que fala um pouco do escritor e a entrevista na íntegra
Todas as edições dessa coluna são especiais. A
edição de hoje é mais que especial. Vamos conversar e saber um pouco da
vida do grande cartunista brasileiro chamado Mauricio Araújo de Sousa.
Você não leu errado. É Mauricio sem acento e Sousa com s mesmo. Nasceu
em 27 de Outubro de 1935. Iniciou a carreira como ilustrador em Mogi das
Cruzes, uma cidade do interior de São Paulo – Brasil. Aos 19 anos,
mudou-se para a Capital paulista. Em 1959 criou o primeiro personagem, o
cãozinho Bidu. A partir daí vieram Cebolinha, Cascão, Mônica, e tantos
outros.
edição de hoje é mais que especial. Vamos conversar e saber um pouco da
vida do grande cartunista brasileiro chamado Mauricio Araújo de Sousa.
Você não leu errado. É Mauricio sem acento e Sousa com s mesmo. Nasceu
em 27 de Outubro de 1935. Iniciou a carreira como ilustrador em Mogi das
Cruzes, uma cidade do interior de São Paulo – Brasil. Aos 19 anos,
mudou-se para a Capital paulista. Em 1959 criou o primeiro personagem, o
cãozinho Bidu. A partir daí vieram Cebolinha, Cascão, Mônica, e tantos
outros.
Em
1970, lançou a revista Mônica. Depois de passar pela Editora Abril e
Editora Globo, assinou contrato com a multinacional italiana Panini.
Cerca de 150 empresas nacionais e internacionais são licenciadas para
produzir mais de três mil itens com os personagens de Mauricio de Sousa;
suas criações chegam a cerca de 30 países. Escritor, membro da Academia
Paulista de Letras, empresário, dono da Mauricio de Sousa Produções,
criador da Turma da Mônica e um dos cartunistas mais famosos do Brasil.
1970, lançou a revista Mônica. Depois de passar pela Editora Abril e
Editora Globo, assinou contrato com a multinacional italiana Panini.
Cerca de 150 empresas nacionais e internacionais são licenciadas para
produzir mais de três mil itens com os personagens de Mauricio de Sousa;
suas criações chegam a cerca de 30 países. Escritor, membro da Academia
Paulista de Letras, empresário, dono da Mauricio de Sousa Produções,
criador da Turma da Mônica e um dos cartunistas mais famosos do Brasil.

Sobre Mauricio de Sousa
Teve
uma infância cercada por um ambiente muito cultural. O pai era poeta,
pintor, compositor e um barbeiro muito conceituado. A mãe também era uma
poetisa, cheia de vontade que o filho se tornasse um cantor,
entretanto, a timidez do menino não o deixou seguir carreira. Na casa
deles, eram normais reuniões e saraus.
uma infância cercada por um ambiente muito cultural. O pai era poeta,
pintor, compositor e um barbeiro muito conceituado. A mãe também era uma
poetisa, cheia de vontade que o filho se tornasse um cantor,
entretanto, a timidez do menino não o deixou seguir carreira. Na casa
deles, eram normais reuniões e saraus.
A
primeira tentativa como desenhista profissional foi na redação do
jornal Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo). Lá trabalhou durante
cinco anos, primeiro como revisor de textos e depois escrevendo
reportagens policiais. Fazia questão de usar capa, chapéu, como o
personagem de quadrinhos chamado Dick Tracy, da qual ele era muito fã.
primeira tentativa como desenhista profissional foi na redação do
jornal Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo). Lá trabalhou durante
cinco anos, primeiro como revisor de textos e depois escrevendo
reportagens policiais. Fazia questão de usar capa, chapéu, como o
personagem de quadrinhos chamado Dick Tracy, da qual ele era muito fã.

Nesta entrevista, Mauricio fala um pouquinho de como tudo começou. Confira.
Joacles Costa – Alguma profissão que você queria seguir antes de ser cartunista?
Mauricio de Sousa – Quando criança quis ser pianista. Mas carregar um lápis é mais fácil que carregar um piano. (risos).
JC – Como foi a início da sua alfabetização? Teve acesso a Gibis? Você teve incentivo à leitura?
MS
– Eu tinha uns 4 anos de idade e passando pela rua vi um gibi, meio
rasgado, caído junto a outros papéis. Gostei das figuras que vi, levei
para casa e pedi para minha mãe ler pra mim. Ela leu, eu adorei e queria
mais. Meu pai percebeu meu gosto e passou a levar mais gibis para casa.
Mas eu queria mais leitura da minha mãe. Daí ela me explicou que não
dava porque tinha outras atividades na casa e que eu deveria ler
sozinho. E começou a me ensinar, letra por letra, palavra por palavra…
Em três meses eu já estava lendo. Ainda lentamente, mas em evolução.
Cheguei à escola alfabetizado… e nunca mais parei de ler.
– Eu tinha uns 4 anos de idade e passando pela rua vi um gibi, meio
rasgado, caído junto a outros papéis. Gostei das figuras que vi, levei
para casa e pedi para minha mãe ler pra mim. Ela leu, eu adorei e queria
mais. Meu pai percebeu meu gosto e passou a levar mais gibis para casa.
Mas eu queria mais leitura da minha mãe. Daí ela me explicou que não
dava porque tinha outras atividades na casa e que eu deveria ler
sozinho. E começou a me ensinar, letra por letra, palavra por palavra…
Em três meses eu já estava lendo. Ainda lentamente, mas em evolução.
Cheguei à escola alfabetizado… e nunca mais parei de ler.
JC – Houve algum artista do ramo que te inspirou, lá no início da sua carreira?
MS
– Foram vários, mas o Will Eisner (fazia o personagem Spirit) é de quem
recebi mais ensinamentos por suas histórias bem construídas e desenho
primoroso.
– Foram vários, mas o Will Eisner (fazia o personagem Spirit) é de quem
recebi mais ensinamentos por suas histórias bem construídas e desenho
primoroso.
JC – Como foi a criação do seu primeiro personagem?

MS
– O Bidu foi criado a partir de um cachorrinho de minha infância,
chamado Cuíca. Criei junto com o Franjinha, que era baseado em um
sobrinho meu. Criei os dois para a primeira tira que publiquei na Folha
da Tarde (atual Folha de São Paulo) em 1959.
– O Bidu foi criado a partir de um cachorrinho de minha infância,
chamado Cuíca. Criei junto com o Franjinha, que era baseado em um
sobrinho meu. Criei os dois para a primeira tira que publiquei na Folha
da Tarde (atual Folha de São Paulo) em 1959.
JC – Criou algum personagem e depois desistiu de dar continuidade? Por quê?
MS
– Sim. Quando criei o Cascão, logo engavetei, por receio de lançar um
personagem que não tomava banho. Foi baseado em um amigo de meu irmão
que realmente não tomava banho. Mas minha esposa, na época, Marilene,
(mãe da minha filha Mônica) me convenceu a usá-lo dizendo que criança
não gosta de largar das brincadeiras para tomar banho.
– Sim. Quando criei o Cascão, logo engavetei, por receio de lançar um
personagem que não tomava banho. Foi baseado em um amigo de meu irmão
que realmente não tomava banho. Mas minha esposa, na época, Marilene,
(mãe da minha filha Mônica) me convenceu a usá-lo dizendo que criança
não gosta de largar das brincadeiras para tomar banho.
JC – Todos os seus personagens têm um nome. Como você busca ou buscou inspiração para criar os nomes deles?
MS
– Como me inspiro muito em pessoas reais, costumo usar nomes
verdadeiros. Quando não são parentes, batizo com um nome bem sonoro que
agrade.
– Como me inspiro muito em pessoas reais, costumo usar nomes
verdadeiros. Quando não são parentes, batizo com um nome bem sonoro que
agrade.
JC – Você já criou algum personagem baseado em você?
MS – Não. O Mauricio de Sousa que de vez em quando aparece nas historinhas é criação de pessoal do estúdio para me homenagear.
JC
– Com esse avanço da tecnologia, você acredita que as revistas da Turma
da Mônica, no formato impresso, sejam extintas e sejam produzidas
apenas na versão virtual?
– Com esse avanço da tecnologia, você acredita que as revistas da Turma
da Mônica, no formato impresso, sejam extintas e sejam produzidas
apenas na versão virtual?
MS
– A tecnologia sempre abre novas plataformas de comunicação. E estamos
em todas. Mas os quadrinhos impressos ainda têm seu espaço. Ou eu
perderia cerca de 10 milhões de leitores/mês. O quadrinho virtual está
na nuvem. É de todo mundo. A revista impressa pertence àquela criança
que a comprou ou ganhou. Vai para a coleção.
– A tecnologia sempre abre novas plataformas de comunicação. E estamos
em todas. Mas os quadrinhos impressos ainda têm seu espaço. Ou eu
perderia cerca de 10 milhões de leitores/mês. O quadrinho virtual está
na nuvem. É de todo mundo. A revista impressa pertence àquela criança
que a comprou ou ganhou. Vai para a coleção.
JC
– A criança vê nos seus Gibis uma opção de entretenimento. Por esse
motivo, qual a importância dos seus produtos (Gibis Turma da Mônica)
para o desenvolvimento intelectual da criança na fase inicial de
alfabetização?
– A criança vê nos seus Gibis uma opção de entretenimento. Por esse
motivo, qual a importância dos seus produtos (Gibis Turma da Mônica)
para o desenvolvimento intelectual da criança na fase inicial de
alfabetização?
MS
– Lembra que falei que me alfabetizei com quadrinhos? Foi um passo para
me interessar em ler livros. Em minha juventude, cheguei a ler um livro
por dia. A leitura é um dos principais pilares da educação. Quanto
antes estimularmos as crianças a ler, mais ela vai ganhar em educação e
diversão.
– Lembra que falei que me alfabetizei com quadrinhos? Foi um passo para
me interessar em ler livros. Em minha juventude, cheguei a ler um livro
por dia. A leitura é um dos principais pilares da educação. Quanto
antes estimularmos as crianças a ler, mais ela vai ganhar em educação e
diversão.
JC – Que mensagem você deixa para quem está começando a carreira agora e pretende ser um profissional de sucesso, igual a você?
MS
– Um bom profissional é formado por gostar do que faz, estudar muito e
ser persistente. Estudando e praticando, não só desenho, mas lendo
muitos livros para ser um bom roteirista. E, claro, planejando sua
carreira.
– Um bom profissional é formado por gostar do que faz, estudar muito e
ser persistente. Estudando e praticando, não só desenho, mas lendo
muitos livros para ser um bom roteirista. E, claro, planejando sua
carreira.
E como o Pedrinho do século XXI vai à caçada?
Escrito
em um período em que questões como o desmatamento da Floresta Amazônica
não era uma tônica e que não se tinha consciência de que o hábito de
fumar é extremamente prejudicial à saúde, este Caçadas de Pedrinho teve
os trechos originais com enfoques intoleráveis nos dias atuais editados.
Nesta obra o leitor encontra notas de rodapé com informações
complementares, contextualizando diversas temáticas, além de esclarecer
ao leitor, por exemplo, o significado de nomes e expressões tipicamente
brasileiros presentes na obra original mantidas aqui como Orelha-de-pau,
pé de grumixama, cacho de brejaúvas, entre tantas outras informações
que sempre enriqueceram e diferenciaram a obra de Monteiro Lobato a
partir da década de 1920.
em um período em que questões como o desmatamento da Floresta Amazônica
não era uma tônica e que não se tinha consciência de que o hábito de
fumar é extremamente prejudicial à saúde, este Caçadas de Pedrinho teve
os trechos originais com enfoques intoleráveis nos dias atuais editados.
Nesta obra o leitor encontra notas de rodapé com informações
complementares, contextualizando diversas temáticas, além de esclarecer
ao leitor, por exemplo, o significado de nomes e expressões tipicamente
brasileiros presentes na obra original mantidas aqui como Orelha-de-pau,
pé de grumixama, cacho de brejaúvas, entre tantas outras informações
que sempre enriqueceram e diferenciaram a obra de Monteiro Lobato a
partir da década de 1920.
Pois bem, foi muito bom conhecer melhor o cartunista: Mauricio de Sousa.

Livro: Turma da Mônica – Caçadas de Pedrinho
Assunto: Contos de fadas, Fábulas & Literatura
Autor: Monteiro Lobato
Adaptação: Regina Zilberman
Ilustrações: Mauricio de Sousa
Apresentação na orelha do filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé
Páginas: 88 páginas
Formato: 23 x 30 cm
Preço: R$ 39,90/cada
Editora: Girassol Brasil Edições
Onde Comprar: Clique aqui.
Revisão de Texto: Max Maciel
O artigo publicado é de inteira responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam as idéias ou opiniões do site EMDIAES.