A cantora e compositora Ariel Morena está pronta para encantar o cenário musical capixaba com seu EP de estreia, intitulado “Na Beira do Rio”. O projeto, que será lançado no dia 25 de agosto, traz consigo a essência das raízes culturais de Ariel, misturando brasilidades e elementos regionais de uma forma envolvente.
Em entrevista exclusiva à coluna POP Em Dia, Ariel Morena compartilhou os detalhes por trás do EP e sua jornada até esse lançamento.
Composto por seis faixas, “Na Beira do Rio” é um testemunho da evolução musical de Ariel Morena e uma celebração de suas vivências, memórias e influências. A cantora, que cresceu em Barra do Jucu, em Vila Velha, teve sua jornada artística moldada pelo contato direto com os ritmos regionais do forró, reggae, samba e congo.
“Na Beira do Rio” remete às vilas e comunidades que se formam em locais à beira de rio, como a Barra do Jucu, de onde eu venho, mas também Itaúnas, Caraíva e vários outros paraísos pelo país, onde temos esse encontro de Rio e Mar e que possuem essa cultura de música regional“, compartilhou Ariel sobre o título do EP.
“Cada uma das faixas traz em si uma dessas referências e linguagens. Todas elas com uma roupagem talvez um pouco mais pop no início e no final da faixa, com um momento bem marcado do ritmo”.
Essas influências enriquecem as músicas do EP, criando uma atmosfera que transporta os ouvintes para as margens de rios e mares brasileiros. A mistura que caracteriza o projeto não foi uma tarefa solitária. Ariel mencionou o papel crucial de seu produtor musical, Hugo Paraizo, e outros músicos talentosos no processo.
“O Hugo Paraizo, que foi o produtor musical, conseguiu expressar muito bem a minha intenção de trazer uma banda representando cada um dos ritmos de referência, e de uma forma que todas se conectassem em uma identidade única no final das contas”, explicou Ariel.
“Na Beira do Rio”, a faixa que dá nome ao EP, é uma colaboração com o artista Amaro Lima, grande nome da música capixaba. Sobre essa parceria, Ariel diz:
“Me sinto muito honrada de tê-lo nessa faixa, um dos maiores nomes da música regional capixaba e um ser humano com um coração enorme. Ele é incrível.”
O clipe da música também se destacou, mostrando a Barra do Jucu e suas influências culturais. “Uma das únicas certezas que eu tinha era que gostaria de gravar na Barra”, compartilhou Ariel sobre o processo de criação do clipe.
Confira a entrevista com Ariel Morena na íntegra!
1. Qual foi a inspiração por trás do título do seu EP, “Na Beira do Rio”? Como ele reflete as músicas e a atmosfera do projeto?
Na Beira do Rio remete às vilas e comunidades que se formam em locais à beira de rio, como a Barra do Jucu, de onde eu venho, mas também Itaúnas, Caraíva, e vários outros paraísos pelo país onde temos esse ambiente de encontro de Rio e Mar e que possuem essa cultura de música regional.
2. A mistura de brasilidades e elementos regionais é uma característica marcante do seu EP. Como você conseguiu unir esses elementos?
Com ajuda de um produtor musical e músicos muito talentosos que somaram demais nas minhas ideias durante as gravações. O Hugo Paraizo, que foi o produtor musical, conseguiu exprimir muito bem a minha intenção de trazer uma banda representando cada um dos ritmos de referência e de uma forma que todas se conversaram em uma identidade única no final das contas. E tivemos influências maravilhosas que os músicos agregaram, por exemplo os sopros foram gravados por um músico chileno que aprendeu a tocar escaleta e clarinete viajado pela américa do Sul então tem essa linguagem sul americana bem rica. As percussões foram gravadas por um músico que trouxe uma linguagem bem afro-brasileira. Na Beira do Rio eu fiz questão de trazer o Fábio Carvalho para tocar casaca e tambor de congo então eu acho que o resultado final ficou bem incrível e fiel ao meu objetivo de fazer essa grande moqueca capixaba sonora.
3. Você cresceu na Barra do Jucu, rodeada por ritmos regionais como forró, reggae, samba e congo. Como essas influências culturais se manifestam nas suas músicas? Alguma dessas influências desempenhou um papel especial em alguma das faixas do EP?
Cada uma das faixas traz em si uma dessas referências e dessas linguagens. Todas elas com uma roupagem talvez um pouco mais pop no início e no final da faixa com um momento bem marcado do ritmo. O Congo em Na Beira do Rio definitivamente foi especial demais de fazer. É uma música que me remete até uma cantiga de roda, que fala sobre a força das mulheres negras e que termina em uma roda de congo que foi especial demais de fazer. E contar com a participação de tantos artistas e músicos que eu admiro nesta faixa foi algo realmente incrível.
4. O EP possui seis faixas que abordam histórias íntimas e desventuras amorosas. Como suas experiências pessoais influenciaram suas composições e a escolha das músicas?
Sempre tive uma relação muito íntima com o papel e a caneta desde nova. Escrever e conversar com meus cadernos sempre foram uma forma muito pessoal de lidar com sentimentos e situações pelas quais eu passo na vida. Essas letras contam, majoritariamente, histórias de falta, de querer algo (ou alguém) que não se tem e da força que a gente precisa ter para lidar com essas frustrações e esses processos de luto de cabeça erguida e honestamente. Acredito que o poder de cura e de força dessas letras transcendem a minha experiência pessoal e espero que possam atingir o coração de todo mundo que se identificar com as letras.
5. O single que dá nome ao EP, “Na Beira do Rio”, é uma colaboração com o artista Amaro Lima. Como surgiu essa parceria e qual foi a inspiração por trás dessa faixa?
Eu escrevi a letra dela e já tinha uma ideia de que ela fosse uma música de mulher preta pra mulher preta e que tivesse essa pegada bem cantiga de roda mesmo. Quando a gente começou a fazer a pré-produção dela e começou a agregar os elementos de congo, eu e Hugo pensamos que poderia ser ela a música de trabalho do disco e que seria legal trazer alguma participação, eu logo pensei no Amaro. Mandei a música para ele e perguntei se ele topava participar, fiquei super feliz por que ele aceitou de primeira e já logo começou a somar comigo não só nessa música mas em várias conversas sobre carreira e produção musical. Me sinto muito honrada de ter ele nessa faixa, um dos maiores nomes da música regional capixaba, e um ser humano com um coração enorme. Ele é incrível.
6. Como foi o processo de criação do clipe e como foi trazer a atmosfera da sua terra natal para ele?
Uma das únicas certezas que eu tinha era que eu gostaria de gravar na Barra. Esse é um trabalho muito pessoal por explorar as minhas raízes enquanto pessoa e criança que cresceu nesse ambiente. Foi isso que eu falei para a Flora Fiorio, diretora do clipe, quando me encontrei com ela pela primeira vez para a gente desenhar o roteiro. Uma das principais referências para este vídeo foi o videoclipe da música If You Only Knew da artista Jamaicana Sevana. A Flora fez um excelente trabalho traduzindo o que eu estava pensando e sentindo para este trabalho junto com as referências e dando nesse resultado final que ficou um videoclipe lindíssimo e que mostra e valoriza a Barra culturalmente falando.
7. O produtor musical Hugo Paraizo mencionou que o EP representa a sua evolução como cantora e compositora. Poderia compartilhar alguns momentos de aprendizado ou desafios que enfrentou durante o processo de criação deste trabalho?
Esse foi meu primeiro trabalho de fato me reconhecendo como compositora, cantora e produtora fonográfica, e também foi um dos primeiros trabalhos do Hugo como produtor musical. Então a gente passou por alguns percalços de “primeira viagem” que foram muito importantes na nossa evolução profissional. Acho que o principal desafio foi encontrar nossa sonoridade e conseguir misturar todas as referências que a gente tinha de uma forma que fizesse sentido pra nós dois sem soar bagunçado e nesse processo de encontrar qual a sonoridade, a gente perdeu algum tempo, tivemos regravações, retrabalhos, coisas que gravamos, lançamos depois mudamos de ideia, gravamos de novo pra lançar de uma forma mais madura dentro do disco. A gente entrou em estúdio pela primeira vez em 2020 e saímos com o produto final em 2022, então foram dois anos que é muito bonito parar e observar o tanto que eu e ele crescemos juntos.
8. Além do EP “Na Beira do Rio”, você também lançou o show “Hits 2000”, onde faz releituras de sucessos dos anos 2000. Como você equilibra a sua paixão por clássicos com a criação de músicas autorais?
É um desafio achar um ponto de equilíbrio entre tudo que eu quero fazer rs. Eu sou muito eclética, e vejo minha vida como uma linha do tempo em que na infância eu vivi na Barra e consumi culturalmente música brasileira e regional. Mas quando eu era adolescente eu comecei a consumir muita música internacional mais pop rock, assistia muita Mix TV e MTV e comecei a me aproximar do movimento EMO e artistas como Avril Lavigne, Pitty, Paramore e divas da Disney se tornaram minhas rainhas musicais e me ensinaram muito sobre compor e cantar e tocar algum instrumento e sonhar em ser cantora rs. Quando criei meu show Brasilidades eu tinha como objetivo começar a tocar na noite com sonoridade e a imagem do que viria no meu trabalho autoral que é o Na Beira do Rio. O Hits 2000 tem esse mesmo objetivo de começar a trabalhar uma imagem da Ariel que vem numa próxima era mais madura por assim dizer.
9. Como produtora de eventos e agora cantora, você trilhou um caminho multifacetado. Como a sua formação em Publicidade e Propaganda pela UFES influenciou sua abordagem artística e musical?
Minha experiência com produção me ajuda muito a administrar as minhas ideias e a fazer as coisas acontecerem. Muito mesmo. Costumo brincar que meu cérebro funciona em forma de planilha e é verdade. Um dos grandes desafios de qualquer artista é saber como se organizar e como colocar suas ideias no papel e, principalmente, tirar elas de lá, viabilizar e fazer acontecer. Eu me considero privilegiada de hoje com quase 10 anos de carreira como produtora, ter uma facilidade e estar sempre um passo à frente nesse sentido. Pensar como gestora de projetos e não apenas como artista me ajuda demais a estar aqui agora, três anos de trabalho em cima desse projeto depois, respondendo a essa entrevista e vendo tudo acontecer diante dos meus olhos. É incrível.
10. Qual mensagem ou emoção você espera transmitir aos seus ouvintes através do EP “Na Beira do Rio”? E o que podemos esperar ver e ouvir de você no futuro?
Eu espero que as pessoas possam se sentir fortes diante das dores e das frustrações que todos enfrentamos na vida. Eu espero que, através desta realização pessoal, todos possam olhar para seus sonhos e suas vontades e se sentir encorajados e fazer aquilo acontecer. Eu espero que possa ajudar as pessoas a olharem e acolherem o seu passado com carinho e com aceitação. E que sigam em frente.
Sobre o futuro, já estou em estúdio novamente, com uma nova produção musical, dando um próximo passo na minha carreira, com letras mais maduras e com muita empolgação e entusiasmo para fazer uma nova era acontecer.
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