A doutora Luiza Albuquerque, servidora pública e professora de Direito, concedeu entrevista ao Em Dia ES para compartilhar sua trajetória profissional, desafios enfrentados na carreira jurídica e sua contribuição na formação de novos profissionais. Nascida em Linhares, no Espírito Santo, Luiza mora há anos no Pará, onde construiu uma carreira marcada por dedicação e inovação na educação jurídica.
Luiza é doutoranda e mestre pela Universidade Federal do Pará, especialista em Direito e Processo do Trabalho, e atua como professora de graduação e pós-graduação, além de coordenar turmas preparatórias para o exame da OAB no Estúdio Jurídico OAB. Servidora pública desde 2018, ela iniciou sua carreira no Tribunal de Justiça do Pará após ser aprovada em concurso público enquanto ainda cursava a graduação.
“Desde o início da faculdade, eu sabia que queria ser servidora pública. No nono semestre, fui aprovada no concurso do TJ e na prova da OAB, ambas na mesma semana. Foi um processo desafiador, que exigiu muito foco e preparação”, relatou.
Atualmente, Luiza dedica parte de sua atuação à educação jurídica, liderando iniciativas que buscam preparar estudantes para os desafios das provas da OAB. O Estúdio Jurídico OAB, fundado por ela, começou como um curso local em Belém, mas hoje atende alunos de todo o Brasil graças a uma parceria com a plataforma Hotmart. “Identificamos que muitos alunos tinham dificuldades em organizar seus estudos. Criamos um método que orienta o aluno sobre o que estudar, quando e como, e os resultados têm sido excepcionais”, explicou.
Na última prova da OAB, realizada em 1º de dezembro, o curso contou com quase 400 alunos inscritos, e a média de acertos foi acima da exigida para aprovação. Segundo Luiza, o foco na organização dos estudos e a atenção às particularidades de cada aluno foram determinantes para o sucesso.
Apesar de seus êxitos, Luiza ressaltou os desafios enfrentados pelos profissionais do Direito no Brasil, especialmente a falta de orientação vocacional na graduação. “Muitos estudantes têm vontade, mas não sabem como alcançar seus objetivos. Falta um direcionamento claro nas faculdades para que eles possam entender as exigências de cada carreira e se preparar adequadamente”, pontuou.
Desde jovem, Luiza demonstrava interesse pela área trabalhista e pelas questões sociais. Seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que abordou o tema do trabalho escravo, foi determinante para sua entrada no mestrado e reforçou sua paixão pela área.
Hoje, além de sua atuação no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, Luiza continua empenhada em contribuir para o desenvolvimento da educação jurídica, inspirando alunos a alcançarem seus objetivos. “Eu sempre acreditei que, com orientação adequada, os alunos podem superar barreiras e conquistar o que almejam. E ver isso acontecer é extremamente gratificante”, concluiu.
Confira a entrevista abaixo. A entrevista na íntegra poderá ser acessada, em vídeo, através do canal do YouTube do Em Dia ES e em cortes nas redes sociais.
Em Dia ES Entrevista: Luiza Albuquerque
Andressa Bergamaschi: Doutora Luiza é doutoranda e mestre pela Universidade Federal do Pará, especialista em Direito e Processo do Trabalho, professora da graduação e da pós-graduação no curso de Direito, além de coordenadora das turmas preparatórias para o exame da OAB no Estúdio Jurídico OAB. Também é servidora pública do TRT-8. Desde quando atua como servidora?
Luiza Albuquerque: Sou servidora pública desde 2018, quando iniciei minha carreira no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, minha primeira posse pública.
Andressa Bergamaschi: E como foi chegar a esse cargo?
Luiza Albuquerque: Foi bastante desafiador. Como em todo concurso público, a concorrência é alta. Apesar de o concurso ser estadual, a disputa é nacional. Sempre tive claro que queria ser servidora pública, então iniciei minha preparação ainda na graduação. No nono semestre da faculdade, fui aprovada no concurso do TJ. Esse concurso exigia prova de títulos, mas eu não tinha nenhum título porque ainda era graduanda. Perdi muitas posições na classificação devido à ausência de titulação e também pela idade, que é critério de desempate. Mais de 20 pessoas passaram na minha frente por serem mais velhas. Apesar disso, mantive o foco, iniciado no meio da graduação, e alcancei meu objetivo. Optei pela carreira pública porque era algo que eu realmente desejava.
Andressa Bergamaschi: Você também é professora de Direito há sete anos. Foi a partir da necessidade dos alunos em se prepararem para o exame da OAB que surgiu o seu projeto?
Luiza Albuquerque: Exatamente. Na graduação, a perspectiva é muito diferente da de um cursinho. O objetivo é preparar para o mercado jurídico, enfatizando conteúdos dogmáticos, princípios e habilidades para as carreiras de advogado, promotor, juiz, entre outras. Mas isso nem sempre direciona o aluno para o exame da ordem ou concursos públicos. Percebi que, em Belém, muitos alunos estavam despreparados para a prova da OAB, e não havia um cursinho que atendesse essa necessidade. A metodologia dos cursinhos era focada apenas em aulas, mas os alunos não sabiam como se organizar sozinhos. Então, junto a colegas, criamos um cursinho com uma equipe de professores altamente qualificados. Nosso curso começou pequeno, mas tivemos excelentes resultados logo na primeira turma, e isso impulsionou o crescimento. Já estamos no mercado há quase três anos, com muitos alunos aprovados.
Andressa Bergamaschi: Hoje o curso atende alunos apenas do Pará ou de todo o Brasil?
Luiza Albuquerque: Inicialmente, era um curso local com transmissão online para atender alunos do interior do Pará. Recentemente, fizemos uma parceria com a Hotmart, e o curso passou a ser comercializado em todo o Brasil. Hoje temos alunos de vários estados sendo aprovados conosco, e a procura continua crescendo.
Andressa Bergamaschi: Quantos alunos participaram da última prova da OAB?
Luiza Albuquerque: Na última prova, realizada no domingo passado, tivemos quase 400 alunos inscritos. Eles fizeram a primeira etapa, uma prova objetiva com 80 questões, precisando acertar 40 para avançar. Nossa média foi de 50 a 52 pontos, o que é excelente. Agora eles aguardam o resultado definitivo, previsto para 18 de dezembro, e já começaram a se preparar para a segunda fase, que será em 16 de fevereiro.
Andressa Bergamaschi: Como você avalia os desafios para profissionais da área jurídica que estão iniciando suas carreiras?
Luiza Albuquerque: A maior dificuldade que muitos enfrentam não é a falta de vontade, mas de orientação. Dentro do Direito, há muitas possibilidades: advogado, servidor, juiz, promotor, professor, entre outros. Cada carreira exige uma preparação específica. No meu caso, tive sorte de alinhar meus interesses com as exigências do mestrado, por exemplo. Mas, para muitos, isso pode ser um obstáculo. Por isso, no curso, trabalhamos com um cronograma detalhado, orientando o aluno passo a passo. Esse direcionamento faz toda a diferença na trajetória deles.
Andressa Bergamaschi: Então é importante identificar cedo o que se deseja seguir dentro do Direito, certo?
Luiza Albuquerque: Com certeza. Desde o início, eu sabia que queria atuar na área trabalhista, o que me levou a participar de congressos e cursos desde os primeiros semestres da graduação. Essa clareza me ajudou muito na carreira, porque estudei essa matéria por muitos anos, em várias etapas da minha formação.
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