O Espírito Santo, por meio do projeto Cafeicultura Sustentável, pretende inserir oito mil propriedades no processo de adequação de sustentabilidade até o fim de 2026.
Para atingir a meta, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), vai investir R$ 5,45 milhões em ações de extensão rural, que serão conduzidas por profissionais do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a partir de abril.
O processo de adequação das propriedades será baseado na aplicação dos Indicadores de Sustentabilidade da Cafeicultura do Espírito Santo. Esses indicadores são distribuídos em itens nos eixos econômico, social e ambiental, que estão alinhados com os principais protocolos de sustentabilidade utilizados no mundo.
As ações de assistência do Incaper aos produtores inseridos no projeto serão financiadas pelo Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento e à Inovação Agropecuária (Inovagro), fruto de parceria entre a Seag e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
Segundo o coordenador de cafeicultura do Incaper, Fabiano Tristão, as atividades vão abranger regiões produtoras de conilon e arábica.
“Nossa equipe de extensionistas vai orientar os produtores na execução das adequações que precisam ser feitas nos eixos ambiental, social e econômico, cada um com 12 indicadores. A adoção das práticas contidas nos indicadores resultará em preservação de recursos naturais, melhor gestão da propriedade, aumento de produtividade e da qualidade do café, economia de insumos e melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, destaca Tristão.
No eixo econômico, alguns dos indicadores avaliados são análises foliar e de solo anuais, manejo de pragas e doenças, boas práticas de colheita e pós-colheita, conservação do solo e rastreabilidade da produção.
No eixo ambiental, são considerados quesitos como proteção de nascentes e de áreas de preservação permanente, licenciamentos para atividades e gestão dos resíduos da produção. No social, acesso das famílias a serviços de educação e saúde, respeito à legislação trabalhista, entre outros.
Monitoramento por aplicativo e certificação
O monitoramento das adequações nas propriedades beneficiárias será feito com o auxílio de um aplicativo desenvolvido especialmente para o projeto.
“Essa ferramenta vai facilitar o cadastro dos agricultores, o diagnóstico das propriedades e a avaliação dos indicadores”, explica Fabiano Tristão.
Após a medição dos níveis de adequação socioeconômica e ambiental, cada propriedade participante receberá um certificado com a pontuação que alcançou.
Outras metas do projeto
Para ampliar a difusão das práticas sustentáveis na cafeicultura, o projeto também prevê a implantação de 92 unidades de referência em sustentabilidade; 99 unidades demonstrativas (de irrigação, manejo, microterraceamento, pós-colheita, secagem e jardins clonais); 239 dias de campo, dias especiais ou cursos; e 68 missões técnicas ou participação em feiras.
“Nossos profissionais estão motivados para ajudar a cafeicultura do Espírito Santo a dar um grande salto sustentável, com significativos avanços socioeconômicos e ambientais. Isso atende expectativas do mercado consumidor e amplia a competitividade do café capixaba, base da nossa economia rural, nos mercados internacionais”, afirma o diretor-presidente do Incaper, Franco Fiorot.
Investimento histórico em sustentabilidade
O Inovagro vai aportar, ao todo, R$ 8,5 milhões em projetos dedicados à sustentabilidade da cafeicultura capixaba, sendo o maior investimento já feito com essa finalidade no Espírito Santo. A assinatura da contratação dos projetos foi realizada na semana passada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura.
Além das ações de extensão rural, também serão executadas pesquisas para enfrentamento de pragas do cafeeiro e projeto com foco no protagonismo das mulheres na cafeicultura.
Os investimentos estão previstos no Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura Capixaba Espírito e no Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4), ambos lançados em 2022, por meio da Seag.