O Espírito Santo abriu oficialmente nesta quarta-feira (14) a colheita do café conilon de 2025, com previsão de alcançar 18 milhões de sacas ao longo da safra. O evento foi realizado na Fazenda Água Limpa, no distrito de Estivado, em Jaguaré, no norte capixaba, e reuniu autoridades estaduais, produtores rurais e representantes do setor cafeeiro. A estimativa foi destacada durante coletiva de imprensa com o governador em exercício, Ricardo Ferraço, e o prefeito de Jaguaré, Marcos Guerra.
Segundo Ferraço, a colheita deste ano deve ser “muito forte, geradora de muito trabalho, muita renda e muita oportunidade para os capixabas, considerando que o talento do capixaba está devotado para a produção do café Conilon, com qualidade, com indicadores de produtividade extraordinários”, afirmou.
O município de Jaguaré, anfitrião da abertura da colheita, é um dos principais produtores do estado. “Nós temos hoje, aproximadamente, 24 mil hectares de café plantado. A expectativa aqui é de chegar a quase um milhão de sacas produzidas neste ano em nosso município”, declarou o prefeito Marcos Guerra.
Segundo ele, a atividade cafeeira é a principal impulsionadora da economia local. Jaguaré é considerado parte do “coração do café conilon” no estado, junto a outros municípios da região norte capixaba.

Produtividade avança 35% no estado
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média das lavouras capixabas deve atingir 50,7 sacas por hectare em 2025. O número representa um crescimento de 35,5% em comparação à safra anterior, que registrou média de 37,4 sacas por hectare.
A área cultivada com café conilon no Espírito Santo ultrapassa atualmente os 258 mil hectares. A produção prevista para este ano é de mais de 13 milhões de sacas beneficiadas, o que representa aumento de 33,1% em relação às quase 10 milhões de sacas colhidas em 2024. A maior safra registrada até então foi em 2022, com 12,4 milhões de sacas.
Mais de 60 mil propriedades produzem conilon no estado
Durante a cerimônia, Ricardo Ferraço também destacou a importância da cafeicultura para a geração de emprego e renda em áreas rurais.
“O café Conilon está presente em, pelo menos, 60 mil propriedades do estado do Espírito Santo. Essa produção, portanto, é uma produção muito compartilhada. Esse modelo de desenvolvimento é um modelo que inclui muita gente — são 60 mil famílias. A nossa expectativa é que o café Conilon continue sendo gerador de trabalho, de renda e de oportunidade, para que essa riqueza possa continuar sendo bem distribuída e as pessoas possam buscar prosperidade, vida digna no seu dia a dia. Até porque esse projeto de café Conilon no Espírito Santo, essa produção de café Conilon, é toda ela liderada pela propriedade de base familiar”, disse.
O Espírito Santo segue como o maior exportador de café conilon do Brasil. Em 2024, o estado exportou 7 milhões de sacas, o que correspondeu a 76% das exportações nacionais. Também foram embarcadas 571,4 mil sacas de café solúvel. Somente no primeiro trimestre de 2025, já foram exportadas 432,5 mil sacas de conilon e 109 mil de solúvel.
Tecnologia no campo foi tema de palestras
Além da solenidade, o evento contou com uma programação técnica voltada para a modernização da colheita. O pesquisador Paulo Volpi, do Incaper, apresentou dados sobre a “Evolução da Colheita Mecanizada do Conilon”. Em seguida, o engenheiro agrônomo Márcio Fregonassi, da PME Máquinas de Linhares, demonstrou o funcionamento da colhedora automotriz Jacto.
A programação foi encerrada com duas apresentações técnicas: Elídio Torezani, da Hydra Irrigações, falou sobre o “Gotejamento Subterrâneo de Alta Tecnologia”, e o técnico Marcus Evangelista demonstrou o uso da capina elétrica.