Fortalecer a agricultura capixaba e estreitar laços com as secretarias municipais de agricultura. Esses são alguns dos objetivos do novo titular da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), José Roberto Macedo Fontes.
Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em fitotecnia, Macedo Fontes é referência em estudos e consultorias para o agronegócio capixaba. Convidado pelo governador Renato Casagrande, ele topou o desafio de fortalecer as políticas públicas direcionadas ao agronegócio do Espírito Santo.
Nesta entrevista para o Em Dia ES, o secretário ressaltou a força da agricultura capixaba, a diversificação no campo e o empenho do Estado para estar mais perto do produtor rural.
Em Dia ES: Secretário, como tem sido essa experiência de gerir essa tão importante secretaria estadual?
José Roberto Macedo Fontes: Atuei como consultor em vários movimentos do nosso agronegócio e conheço muito bem as potencialidades do Espírito Santo. Nos serviços prestados ao Sebrae e outras entidades, conheci a agricultura capixaba de norte a sul, em municípios da região Serrana e Caparaó. É magnífico poder conhecer a realidade do produtor.
A implantação de políticas públicas precisa ser feita com parcerias para que as ações cheguem efetivamente a quem precisa. A Seag possui uma estrutura fantástica e vamos implantar excelentes projetos. Contamos com gerentes e operações em todas as atividades e arranjos produtivos, que nos permitem trabalhar em todas as áreas, com todos os programas, sejam eles federais ou do próprio Estado em parceria com os municípios.
Em Dia ES: Apesar de possuir com um dos menores territórios da federação, o Espírito Santo é forte no agronegócio e possui diferentes vocações agrícolas em todas as regiões. Que planos a Seag tem para fomentar ainda mais esse potencial agrícola?
José Roberto Macedo Fontes: Realmente o Espírito Santo é aquele o filho menor, mas com grande potencial. Ao lado de outros segmentos, o agronegócio tem levado o Estado a nível internacional, por contar com uma estrutura interessante para exportação. Os indicadores mostram que o Espírito Santo tem o maior nível de segurança alimentar do Brasil, o que demonstra que as políticas públicas estão funcionando bem.
Em Dia ES: Entidades como Incaper e Idaf, subordinadas à sua secretaria, estão presentes em todas as regiões do Espírito Santo e atuam no acompanhamento e orientação ao homem do campo. Como o senhor enxerga a importância e necessidade de fortalecimento desses dois órgãos?
José Roberto Macedo Fontes: Esse apoio é essencial para que as pequenas e médias propriedades evoluam. Estamos também na linha certa com relação aos grandes negócios rurais. O Idaf e Incaper fornecem um importante suporte a esse arcabouço, com políticas públicas voltadas para fiscalizações e controle sanitário, permitindo que o Estado permaneça exportando e continue fornecendo esses produtos para os grandes centros, haja vista que o Espírito Santo é um dos grandes fornecedores das Centrais de Abastecimento do Brasil.
Em Dia ES: Em relação às secretarias municipais de agricultura, há algum plano para integrá-las às ações da Seag?
José Roberto Macedo Fontes: Os municípios são essenciais na execução dos projetos Seag. Para que as ações da secretaria possam chegar ao produtor rural, precisamos desse auxílio. Temos sempre buscado esse alinhamento, com uma conversa franca e direcionada, para que possamos atender naquilo que é melhor para os produtores. As secretarias municipais têm um diagnóstico mais próximo dos produtores, dos arranjos produtivos, e essas demandas são prioritárias para que possamos trabalhar, inclusive por força de lei, com os conselhos municipais de desenvolvimento rural. Fizemos recentemente a entrega de equipamentos para 58 municípios. Já são 92 milhões de reais em equipamentos, graças a atuação do Incaper e das associações.
Em Dia ES: Em nível mundial o agronegócio tem sido a mola propulsora da balança comercial brasileira. De que forma o Espírito Santo pode contribuir para que o país continue sendo essa referência agrícola global?
José Roberto Macedo Fontes: O Espírito Santo já é referência no mercado internacional, haja vista os vários produtos agrícolas que a gente já exporta, sem falar do grande volume de café, pimenta-do-reino, gengibre e o mamão, que é uma estrela do Espírito Santo.
O Estado já colabora com isso, inclusive os índices recentes mostram que o agronegócio capixaba já evoluiu 2,6% nesse período. Um indicador divulgado neste mês de setembro de 2022 demonstra que enquanto muitos arranjos ou setores da economia estão recuando, o agronegócio capixaba subiu 2,6% e avançou muito, comparado a vários estados.
Em Dia ES: Como foi o convite para que o senhor assumisse a Seag?
José Roberto Macedo Fontes: Conheço o governador Renato Casagrande há muito tempo e ele conhece o meu trabalho. Por essa afinidade, ele me procurou pessoalmente e me fez o convite. Temos afinidade de pensamento em políticas públicas para meio agrícola. Aceitei com muito orgulho esse desafio, primeiro pela semelhança de ideias, mas também pelo que o governador tem feito, não só na agricultura, mas em todos os setores da economia capixaba.
Ele colaborou muito e o Estado evoluiu nessa primeira gestão. Sendo assim, acredito que quando ele olhou para agricultura, ele pensou num técnico para geri-la. Certamente o objetivo é esse, alinhar ainda mais com a técnica uma evolução para o nosso agronegócio. Coloquei-me à disposição e estou muito satisfeito em poder contribuir para tornar a agricultura capixaba ainda mais forte.
