A cafeicultura capixaba, responsável por uma fatia significativa da produção agropecuária do estado, tem enfrentado nos últimos anos um desafio sem precedentes: o Cancro dos Ramos do Cafeeiro. Essa ameaça fitossanitária tem afetado a produção do café conilon (Coffea canephora), que é essencial para a economia local, gerando empregos e renda para agricultores familiares.
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tomou a iniciativa de lançar um importante documento para conter a disseminação da doença e minimizar os prejuízos à cafeicultura.
Setor fundamental
O café conilon tem uma grande importância socioeconômica no Espírito Santo, contribuindo com 31% do valor bruto da produção agropecuária em 2021 e ocupando uma área cultivada de 43.217 hectares. Além disso, ele desempenha um papel crucial na geração de empregos, especialmente para agricultores de base familiar que participam ativamente do processo de produção e comercialização.
No entanto, nos últimos anos, a cafeicultura do conilon capixaba tem sido desafiada por um problema fitossanitário grave que nunca havia sido registrado em regiões produtoras de café no Brasil.
Cancro dos Ramos do Cafeeiro
O Cancro dos Ramos do Cafeeiro é caracterizado pelo surgimento de cancros nos ramos ortotrópicos e plagiotrópicos das plantas de café conilon. Esse problema tem como principal consequência a drástica redução da produção e a morte prematura das plantas, com a vida útil dos clones suscetíveis estimada em no máximo 48 meses. Isso reduz a capacidade produtiva em mais de 30% e leva à erradicação de centenas de hectares de plantações. Vale ressaltar que o problema tem sido relatado em praticamente todos os municípios capixabas.
Enfrentar a ameaça
Nesse contexto, Incaper lançou um documento para combater o Cancro dos Ramos do Cafeeiro. O material foi elaborado com uma formatação visual própria, tornando-o acessível para celulares, computadores e tablets. O objetivo principal é compartilhar informações, conhecimentos e propor soluções para evitar a disseminação da doença e reduzir os prejuízos à cafeicultura.
Sintomas e prevenção
O documento aborda os sintomas da doença, que incluem cancros nos ramos, curvatura do pecíolo, perda de vigor das plantas e amarelecimento das folhas. Além disso, oferece orientações gerais para evitar a disseminação da doença, como não utilizar brotos de plantas com sintomas para a clonagem, garantir que as estacas usadas para a produção de mudas sejam provenientes de áreas isentas de sintomas e evitar a importação de mudas de outros estados sem o devido certificado fitossanitário de origem.
Em lavouras adultas, recomenda-se substituir os clones suscetíveis por clones tolerantes à doença e manter a diversidade genética no talhão. Durante as operações de poda, desbrota e desrama do cafeeiro, é importante dar prioridade às linhas dos clones suscetíveis e aplicar produtos à base de cobre nos ferimentos, quando possível.
Ação coletiva
No momento, a contenção do Cancro dos Ramos do Cafeeiro é uma ação que envolve todos os participantes da cadeia produtiva do café conilon. A colaboração entre produtores, pesquisadores e autoridades é fundamental para superar esse desafio fitossanitário e preservar a cafeicultura capixaba.
O documento foi elaborado em uma formatação visual própria e acessível para celular, computador e tablet.
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