O Espírito Santo registrou a aplicação de R$ 8,1 bilhões em crédito rural entre julho de 2024 e maio de 2025, um crescimento de 23,6% e volume recorde para os primeiros 11 meses da safra 2024/2025. O montante representa um acréscimo de R$ 1,5 bilhão em comparação com o mesmo período da safra anterior, quando as aplicações somaram R$ 6,6 bilhões. Os dados, levantados pela Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), têm como base informações do Banco Central.
Ao todo, foram realizadas 41,9 mil operações de crédito no período, um avanço de 9,5% frente às 38 mil operações do ciclo 2023/2024. O desempenho capixaba ocorre em um cenário de retração nacional, no qual o volume de crédito rural caiu 14,4%.
O resultado está ligado ao Plano de Crédito Rural do Espírito Santo para a safra 2024/2025, lançado em julho de 2024. A iniciativa é uma parceria entre os governos Estadual e Federal e instituições financeiras como Banco do Brasil, Caixa, Banestes, Sicoob, Sicredi, Cresol e Banco do Nordeste. O plano está alinhado ao Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4 – 2023/2032), que estabelece a meta de alcançar R$ 12 bilhões em crédito rural anual até 2032.
“O Espírito Santo tem mostrado que é possível crescer com segurança e planejamento, mesmo diante de um cenário nacional adverso. O aumento nas aplicações comprova que nossos produtores estão confiantes e encontram no Estado um ambiente favorável para investir”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Modalidades de aplicação
As aplicações de crédito rural são divididas em quatro finalidades: custeio, investimento, comercialização e industrialização. A modalidade de custeio, que cobre despesas do ciclo de produção, como beneficiamento e armazenamento, teve crescimento de 23,1%, passando de R$ 2,7 bilhões para R$ 3,4 bilhões.
Para investimento, que pode ser utilizado em reformas, construções, obras de irrigação ou compra de equipamentos, o aumento foi de 20,7%. O valor saltou de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,6 bilhões.
Na modalidade de comercialização, que auxilia na venda dos produtos no mercado, o avanço foi de 29,8%, subindo de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,1 bilhões.
A única modalidade que apresentou redução foi a de industrialização, voltada para o processamento de produtos agropecuários. O valor aplicado caiu de R$ 79,2 milhões para R$ 71,3 milhões.
Na divisão do total de R$ 8,1 bilhões aplicados, o custeio representa a maior fatia, com 41,1% do valor. Em seguida, vêm o investimento, com 31,7%, a comercialização, com 26,3%, e a industrialização, com 0,9%. As análises comparam o período de julho de 2024 a maio de 2025 com o mesmo período do ano-safra anterior.