Um estudo realizado pelo Laboratório Central (Lacen)
identificou a presença da variante do Reino Unido (B.1.1.7) da Covid-19
nas amostras de 62 municípios do Espírito Santo. Os diagnósticos mostram
que a nova cepa começou a ser propagada entre novembro e dezembro de
2020. O resultado da pesquisa foi divulgado na tarde desta segunda-feira
(22) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
As variantes do
coronavírus surgem toda vez que o vírus se multiplica ou é transmitido
entre várias pessoas. Isso contribui para que mutações ocorram podem
surgir novas variantes virais com taxas maiores ou menores de
transmissão.
De acordo com o diretor do Lacen Rodrigo Rodrigues,
foi possível perceber que a variante inglesa foi introduzida no
território capixaba em momentos diferentes e simultâneos. Outros dez
estados do Brasil também apresentaram amostras da B.1.1.7 nos
diagnósticos da Covid-19.
Rodrigues afirmou que a variante do
Reino Unido é capaz de infectar até 74% a mais do que outras cepas. Além
disso, a taxa de óbito em pacientes com a B.1.1.7 é 61% maior. Segundo o
diretor, isso pode representar o aumento de infecções e óbitos desde
janeiro no Espírito Santo.
No estudo, foi registrado no estado
mais sete variantes que sofreram mutações a partir da cepa inglesa,
sobretudo em pacientes jovens. O Lacen identificou os municípios de
Barra de São Francisco e Píuma, como epicentros da transmissão.
O
Secretário de Saúde Nésio Fernandes afirmou que os fatores que
provocaram o surgimento foram a negação da doença, relaxamento do
distanciamento social, não uso de máscaras e baixa cobertura vacinal. “A
doença não vai deixar de existir pela sua negação e omissão. Ela pode
chegar até você. A rede privada e filantrópica estão na sua capacidade,
mas as expansões não são infinitas”, fez o alerta.
Nésio também
pediu que a população capixaba seguisse o decreto de quarentena até o
dia 31 de janeiro. “São dias para se ficar em casa. Temos alta
probabilidade da variação inglesa circulando e alcançando um alto grau
de contágios no Estado. isso pode explicar recorde de óbitos nos
próximos dias.”