A cada 10 pacientes internados, 4 morrem por complicações causadas pela infecção do novo coronavírus
Vivendo o décimo dia da quarentena que ampliou as medidas restritivas no combate à Covid-19 no Espírito Santo, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, revelou um dado que atesta a violência da doença em sua terceira fase de expansão em solo capixaba. A cada 10 pacientes internados, 4 morrem por complicações causadas pela infecção do novo coronavírus.
“Mesmo com um bom desempenho da rede privada e da rede pública, em torno de 40% das pessoas que vão para o hospital acabam evoluindo a óbito. Nós não queremos que as pessoas continuem perdendo a vida. Por isso faço um apelo à população que compreenda o grave momento que o país vive”
O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (26). De acordo com o Painel de Ocupação de Leitos, a rede pública hospitalar atingiu 96,11% de ocupação para vagas de UTI destinadas a pacientes com Covid-19. Na enfermaria, a taxa é 83,90%.
“Um momento crítico que o Estado vive. Já são mais de 1.400 leitos de UTI e enfermaria ocupados com pacientes respiratórios. O Samu fez mais de 41 atendimentos. A quantidade de pacientes que vem aumentado tem se mantido em franca aceleração”, alerta.
No pronunciamento, o titular da pasta da Saúde no Estado alertou que a Sesa pode registrar novos recordes de óbitos em 24 horas. Na última terça-feira (23), 72 mortes foram contabilizadas no Estado — a maior quantidade de vidas perdidas de toda a pandemia.
Até então, o recorde pertencia ao dia 22 de junho do ano passado, com 59 óbitos. Para continuar ofertando o atendimento de saúde à população capixaba, o secretário garante que o Estado vai manter a expansão de leitos já anunciada. Segundo ele, serão abertos “leitos de cuidados intensivos para pacientes críticos e leitos semi-intensivos”.
“Nós não queremos que nenhum capixaba se perca com a pandemia sem o direito ao cuidado do serviço público ou privado. Mas para isso a população precisa aderir à quarentena. O isolamento nos próximos dias é para a toda a população, que deve permanecer em casa, saindo só para procurar serviço de saúde, ir ao mercado… Os próximos dias serão determinantes para interromper transmissão de casos, internações e de óbitos”, afirma Nésio.