Apenas um dos acusados, o empresário Edvaldo Rossi da Silva, foi liberado
O prefeito de São Mateus, Daniel Santana, ficará mais cinco dias preso por ordem do Tribunal de Justiça Federal da 2ª região. A decisão também afasta oficialmente o prefeito do cargo. Além de Daniel Santana, continuarão presos a controladora do município e chefe de gabinete, Luana Zordan Palombo, os empresários João de Castro Moreira, Gustavo Nunes Massete, Yosho Santos e Caio Faria Donatelli. O empresário Edvaldo Rossi da Silva teve o pedido de liberdade aceito e deixa a cadeia neste sábado (2), porém ficará impedido de firmar qualquer contrato com a prefeitura de São Mateus.
Os investigados deverão ficar detidos pelo menos até as 23h59 da próxima quinta-feira (07). O desembargador federal, Marcello de Souza Ferreira Granado, contudo, abriu a possibilidade de a Justiça determinar a soltura deles antes desse prazo.
O pedido para prorrogação da prisão e afastamento do cargo de Daniel Santana foi feito pela Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de fraudes em licitações, superfaturamento de contratos e lavagem de dinheiro na Prefeitura de São Mateus.
Os advogados dos acusados tentaram convencer o desembargador de que os motivos que levaram à prisão temporária deles já não existem mais, porém, os argumentos da Polícia Federal foram mais fortes e os seis suspeitos seguirão presos.
Esquema milionário, segundo a PF
Denúncias anônimas deram início às investigações da Operação Minucius. Os relatos eram da ocorrência de dispensa ilegal de licitações, com a exigência de percentual de propina sobre o valor das contratações públicas. O suposto esquema contava também com distribuição de cestas básicas como forma de acalmar a reação da população em relação aos atos ilícitos.
Segundo a Polícia Federal, durante as investigações foram obtidas provas que indicam que o prefeito de São Mateus, desde o seu primeiro mandato (2017/2020), organizou um modelo criminoso estruturado dentro da administração municipal dedicado ao cometimento de vários crimes, que continuou no atual mandato (2021/2024).
Foi constatado o direcionamento fraudulento de licitações nos segmentos de limpeza, poda de árvores, manutenção de estruturas e obras públicas, distribuição de cestas básicas, kits de merenda escolar, aluguel de tendas, dentre outros.