Divulgado nesta quinta-feira (9), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz alerta para o predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) na população adulta. Nas crianças de 0 a 4 anos, o vírus sincicial respiratório (VSR) mantém presença expressiva especialmente no Espírito Santo, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, e nos três estados da região Sul. Desses, apenas o Distrito Federal aponta para manutenção de patamar elevado de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nessa faixa etária. Os demais já apontam para redução ao longo do mês de janeiro.
Ainda segundo o levantamento, o estado capixaba, juntamente com Acre, Amazonas e Pernambuco, apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 5, período de 29 de janeiro a 4 de fevereiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 6 de fevereiro.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A; 1,1% para influenza B; 24,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 61,7% para Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 2,0% para influenza A; 0,5% para influenza B; 5% para VSR; e 91,0% para Sars-CoV-2.
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, apenas Acre, Amazonas, Espírito Santo e Pernambuco apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo até a SE 5. Apesar desse quadro, o o pesquisador esclarece que a análise por faixa etária sugere tratar-se de oscilação natural durante período de baixa atividade.
Seis das 27 capitais apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo até o mesmo período: João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Vitória (ES).
O Boletim InfoGripe Fiocruz alerta, sobretudo, o leve aumento na presença de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associado ao vírus influenza A no Amazonas. Ainda com um volume baixo de casos, o acompanhamento nas próximas semanas poderá indicar se trata-se de ocorrências esporádicas ou de início de temporada.
O pesquisador Marcelo Gomes reforça que a avaliação só poderá ser feita com mais clareza nas análises seguintes. “Como apareceram alguns casos de Influenza e a gente não estava observando esse vírus nas atualizações recentes, é importante manter a atenção, embora não represente um surto. Até o momento, são alguns poucos casos”, explica o coordenador do InfoGripe.
Gomes sublinha também a manutenção do cenário positivo em relação à SRAG em todo o país. A maior parte dos estados segue com estabilização ou queda em um patamar relativamente baixo. A análise aponta para queda de SRAG nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas).