economia

Cesta básica é 38% do salário mínimo no Brasil

27 jan 2023 - 09:17

Redação Em Dia ES

Com CNN Brasil

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Levantamento mostra que poder de compra do piso brasileiro está na 52ª colocação em uma lista de 67 países, e é o pior da América Latina
Custo da cesta básica sobre salário mínimo no Brasil é o maior da América Latina. Foto: Felipe Barros/ExLibris/Secom-Prefeitura

Quem vive com um salário mínimo no Brasil tem mais dificuldade de comprar o básico do que em ao menos 51 outros países.

De acordo com um levantamento feito, o custo dos itens mais essenciais de uma cesta básica no Brasil consomem, atualmente, 37,8% do salário mínimo do país, um valor de R$ 1.219 em janeiro, considerado o valor líquido do pagamento, depois dos descontos de impostos.

Isso coloca o poder de compra do piso salarial brasileiro na 52ª posição, em uma lista com 67 países.

O ranking é liderado essencialmente pelos países desenvolvidos, caso da Grã Bretanha e da Irlanda, que têm os melhores índices e onde a mesma cesta básica, nos valores locais, custa 6,5% e 7,4% do salário mínimo vigente.

Na outra ponta, entre os piores salário mínimos do mundo, estão o Uzbequistão, onde a cesta considerada custa basicamente o salário mínimo inteiro do país (97,3%) e a Nigéria, onde o mínimo sequer dá para toda a comida – o valor da cesta equivale a 160,4% do piso salarial.

Pior da América Latina
O Brasil tem o pior desempenho entre todos os países da América Latina listados. Em Porto Rico, por exemplo, o melhor da região, pagar pela mesma cesta básica, nos valores locais, custa 12,8% do salário mínimo vigente.

Fonte: Picodi.com

No Peru, o mais próximo do Brasil, quem vive com o salário mínimo do país perde uma fatia de 35,7% da renda para comprar a cesta de comida.

Por outro lado, em outros emergentes de perfil parecido, como Rússia (45,5%), Indonésia (50,8%), Tailândia (54,3%) e Índia (59,4%), quem ganha os salário mais baixos vive pior do que no Brasil.

Custo da cesta básica sobre o salário mínimo na América Latina:

  • Porto Rico (12,8%)
  • Equador (21,7%)
  • Paraguai (21,7%)
  • Argentina (21,7%)
  • Colômbia (24,5%)
  • Bolívia (26,6%)
  • Chile (28,1%)
  • Guatemala (30,4%)
  • Uruguai (33%)
  • México (34,4%)
  • Peru (35,7%)
  • Brasil (37,8%)

Para chegar aos valores, foi considerado o salário mínimo líquido praticado em cada país em janeiro de 2023, bem como quanto custa comprar os itens mais básicos em cada um deles, estimados no site numbeo.com, abastecido por consumidores de todo o mundo.

A cesta básica montada levou é composta por pão, leite, ovos, arroz, queijo, carne, frutas e legumes. No Brasil, as quantidades estimadas, recomendadas para nutrição de um adulto, somaram R$460,77, 12,5% a mais que no ano passado.

Preço da cesta básica no Brasil

  • Leite (10 litros) – R$52,20
  • Pão (10 unidades, 500 g cada) – R$71,10
  • Arroz (1,5 kg) – R$8,69
  • Ovos (20 unidades) – R$16,15
  • Queijo (1 kg) – R$42,84
  • Aves e carne bovina (6 kg) – R$186,72
  • Frutas (6 kg) – R$36,42
  • Vegetais (8 kg) – R$46,65

Os maiores aumentos
O levantamento também verificou a evolução do salário mínimo em cada país em 2022, à luz do avanço da inflação global e seus impactos sobre a renda dos mais pobres.

Também foram considerados os salários líquidos para isso, já que os impostos variam muito de uma economia para a outra e o valor recebido após os descontos dá uma base de comparação melhor do quanto cada trabalhar recebe para si.

Argentina e Turquia, onde a inflação anual está passando dos 80%, lideram a lista, com aumento de 104,5% e 100% no piso nacional, respectivamente.

No Brasil, esse reajuste foi de 8,9%, de acordo com os parâmetros usados.

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Atualizado: 27/01/2023 09:17

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