O setor de Segurança Pública do Espírito Santo informou detalhes sobre o ataque a duas escolas de Aracruz na última sexta-feira (25) quando quatro pessoas morreram e outras ficaram feridas.
De acordo com o delegado André Jaretta, titular da delegacia de homicídios de Aracruz, o adolescente autor do ataque voltou para casa normalmente para almoçar com os pais após o crime. “Ele se fez de desentendido quando os pais comentaram do que havia acontecido”, descreveu Jeretta.
Durante a entrevista coletiva, o Tenente Farias, da Polícia Militar de Aracruz, disse que os ataques foram um cenário de guerra sem precedentes na história do Estado.
“Nem nos maiores pesadelos poderíamos imaginar. Sou pai de um dos alunos da escola. A partir da visualização do cenário, criamos estratégia para organização, conclamamos todos os policiais de folga”, disse.
O militar também disse que, ao ser localizado na casa de praia da família, o adolescente negou a autoria do crime.
“Apenas quando mostramos fotos e imagens do ocorrido ele acabou confirmando o fato. No local havia a presença de um juiz de direito, quando foi feita a apreensão. Posteriormente ele foi levado por meio da Polícia Civil”, explicou Farias.
Já o delegado André Jaretta informou que o autor do crime disse que aproveitou o momento que os pais saíram da residência, para fazer compras no Centro do município, para cometer o crime.
“Ele se apossou de alguns objetos, pegou um segundo automóvel da família, cobriu as duas placas e se deslocou para a primeira escola. Lá, ele entrou pela porta dos fundos, rompeu um primeiro cadeado, foi para o terreno, rompeu o segundo cadeado. Entrou na sala dos professores e esgotou as munições do primeiro cartucho”, revelou Jareta.
Depois disso, saiu da primeira escola, pegou o carro e foi em direção à segunda instituição de ensino. No local, segundo os investigadores, ele encontrou o segundo portão e a porta de vidro da instituição abertos.
“Ele começou a descarregar o revólver desde os primeiros momentos no local. Em frente a rampa ele acaba atingindo a vítima fatal e outros estudantes se trancam no local”, explicou o delegado.
No andar superior, ele efetuou alguns disparos pelas janelinhas presentes na porta. “Após, ele voltou para o carro, tirou os papéis que cobriam as placas, guardou tudo nos locais corretos e agiu como se nada tivesse acontecido”, expôs.
Bullying na escola
No mesmo depoimento, o adolescente revelou que teria sofrido Bullying, com alguns apelidos no ano de 2019. A partir de 2020, ele começou a se preparar e planejar melhor os crimes que seriam realizados.
“Entretanto, ele não chegou a contar para ninguém sobre o que sofria na escola. Ele pensava que podia usar a ausência dos pais para utilizar as armas e cometer o crime”, destacou.
Durante uma análise preliminar, segundo Jareta, foi constatado que o jovem era simpatizante de ideias nazistas.
“Não foi confirmado se ele participava de algum grupo relacionado ao tema. Perguntamos, tentamos aprofundar, mas o depoimento dele não é a única forma de investigação”, explica.
Pai do adolescente foi afastado do cargo
A Polícia Militar do Espírito Santo afastou das funções operacionais o tenente, pai do adolescente que matou quatro pessoas e deixou outras feridas no ataque a duas escolas de Aracruz. Ele seguirá trabalhando em serviços administrativos. A PM abriu procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do acesso do rapaz às armas do pai.
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