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IBGE divulga 1º levantamento sobre homossexuais e bissexuais no Brasil

25 maio 2022 - 16:25

Redação Em Dia ES

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No ES, entre as pessoas de 18 anos ou mais, 97,4% se declararam heterossexuais; 1,4% homossexuais ou bissexuais; 1,2% não sabiam sua orientação sexual ou não quiseram responder
Levantamento inédito realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que, no Espírito Santo, 42,7 mil pessoas se declaram homossexuais ou bissexuais. Em Vitória, 2,4% (7,0 mil pessoas) se declararam homossexuais ou bissexuais. Os dados foram coletados pela primeira vez na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019.

Entre as pessoas de 18 anos ou mais em todo o Estado, 97,4% se declararam heterossexuais; 1,4% homossexuais ou bissexuais; 1,2% não sabiam sua orientação sexual ou não quiseram responder, o que corresponde a 35 mil pessoas.

Os resultados são divulgados em caráter experimental e acompanham experiências internacionais semelhantes. A PNS não coletou dados sobre identidade de gênero, mas o IBGE estuda metodologia para incluir esse tema em suas pesquisas.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Ministério da Saúde, visitou mais de 100 mil domicílios no País, em 2019. Ela abarca mais de 20 módulos temáticos relacionados à saúde da população e aos impactos nos serviços de saúde.

No Brasil, cerca de 2,9 milhões de pessoas se declararam homossexuais ou bissexuais em 2019, o que correspondia a 1,8% da população adulta, maior de 18 anos. Já 1,7 milhão não sabia sua orientação sexual, enquanto 3,6 milhões não quiseram responder.

Em 2019, havia 3 milhões de pessoas de 18 anos ou mais no Espírito Santo. Desse total, 97,4% (2,9 milhões) se declararam heterossexuais; 1,4% (42,7 mil) homossexuais ou bissexuais; e 1,2% (35,8 mil) não sabiam sua orientação sexual ou não quiseram responder. Já em Vitória, no mesmo período, havia 296,6 mil pessoas de 18 anos ou mais, sendo que 96,2% (285,3 mil) se declararam heterossexuais; 2,4% (7,0 mil) homossexuais ou bissexuais; e 1,5% (4,3 mil) não sabiam sua orientação sexual ou não quiseram responder.

Entre as Unidades da Federação, o percentual de pessoas que se declararam homossexual ou bissexual chegou a 2,9% no Distrito Federal, 2,8% no Amapá e 2,3% no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Amazonas. Os percentuais obtidos para os estados não devem ser comparados, pois não são considerados significativamente diferentes entre si em função da margem de erro dessas estimativas.

Pesquisa buscou garantir privacidade do informante
Os dados sobre orientação sexual foram coletados no módulo da PNS que investigou a atividade sexual, destinado aos moradores de 18 anos ou mais. Seguindo a metodologia da pesquisa, o entrevistado foi selecionado aleatoriamente, dentre os moradores do domicílio no momento da entrevista, para responder sobre sua orientação sexual. Ele respondeu à pergunta “Qual é sua orientação sexual?” e teve as seguintes opções de resposta: heterossexual; homossexual; bissexual; outra orientação sexual; não sabe; e recusou-se a responder. Ciente de que esse tema é sensível, o IBGE buscou assegurar, durante a entrevista, a privacidade para que o informante pudesse responder à pergunta, sendo inclusive oferecido que ele mesmo preenchesse a resposta no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), utilizado pelos entrevistadores para o registro das informações.

Assim como outras pesquisas ao redor do mundo, a PNS captou a orientação sexual dos entrevistados a partir da autoidentificação. Não foram investigadas outras dimensões da orientação sexual, como atração ou comportamento sexual. IBGE estuda metodologia para coletar identidade de gênero. A PNS não coletou dados sobre identidade de gênero, mas o IBGE estuda metodologia para incluir esse tema em suas pesquisas.

Resultados semelhantes de outros países
Essa foi a primeira vez que o IBGE coletou dados sobre a orientação sexual da população brasileira. As informações foram divulgadas em caráter experimental, pois ainda não atingiram um grau completo de maturidade em termos de harmonização, cobertura ou metodologia. Até então, a estatística disponível sobre a temática LGBTQIA+ no Instituto era a de casais do mesmo sexo. A PNS captou a orientação sexual de forma similar à utilizada em grandes pesquisas domiciliares que realizam esse tipo de investigação pelo mundo. A comparação dos resultados mostra que os dados da PNS não estão aquém dos gerados por outros países.
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Atualizado: 25/05/2022 16:25

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