Após quase 20 horas de trabalho, quatro vítimas foram resgatadas. Uma com vida e as outras três em óbito
Em visita ao local do desabamento de um prédio em Cristovão Colombo, em Vila Velha, ocorrido na manhã desta quinta-feira, especialistas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) constataram que o prédio foi executado de maneira irregular, sem projetos, sem anotações de responsabilidade técnica, sem acompanhamento de um profissional de engenharia e sem cumprir as Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBRs).
O presidente do Crea-ES engenheiro Jorge Silva faz um alerta a população: “Na hora de construir ou reformar, procure uma empresa ou profissional legalmente habilitado para realizar obras e serviços de Engenharia. Isso traz mais economia, qualidade e segurança para os moradores e também para a comunidade do entorno. Construção clandestina expõe o imóvel e as pessoas a grandes riscos, até mesmo causando vítimas, como infelizmente ocorreu neste caso”.
“A partir de agora o Crea-ES acompanhará o caso trabalhando junto ao Corpo de Bombeiros. Nossa função é a fiscalização do exercício profissional, mas nossa atuação tem ido além, educando, orientando e contribuindo com a população e com os órgãos públicos de defesa da sociedade, quando na ocorrência de tragédias como essa”, disse Jorge Silva.
As vítimas
O Corpo de Bombeiros Militar encerrou na madrugada desta sexta-feira (22) a Operação de busca às vítimas do desabamento. Após quase 20 horas de trabalho, quatro vítimas foram resgatadas. Uma com vida e as outras três em óbito.
48 bombeiros militares estiveram envolvidos na Operação, que contou inclusive com bombeiros que se voluntariaram em sua folga, além de outros órgãos governamentais e pessoas que estavam no local.
Vazamento de gás pode ser a causa
De forma paralela ao trabalho de resgate às vítimas do desabamento do prédio de três andares em Vila Velha, na Grande Vitória, equipes da perícia do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo realizaram as primeiras avaliações no local para tentar explicar as causas da tragédia.
Para isso, utilizam o vídeo registrado por uma câmera de videomonitoramento próxima ao prédio, que mostra uma explosão momentos antes da estrutura desabar.
De acordo com o coronel Wagner Borges, assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, há indícios que a explosão tenha sido ocasionada por vazamento de gás de cozinha, mas outras possibilidades também não são descartadas.
“Temos ali um automóvel com gás natural, que é mais leve que o gás ambiente, então ele se dissipa para locais mais elevados e sai com facilidade. Dificilmente esse tipo de gás provoca uma explosão como essa. Em segundo lugar, nós temos um apartamento como esse com GLP, que é o gás de cozinha. O gás de cozinha, sim, pode provocar a explosão que vimos. Outros fatores também podem acontecer [ser a causa], com probabilidade muito menor, como uma bomba”, afirmou Wagner.
A definição da causa do incidente só será atestada, porém, após relatório final da perícia técnica.
Após a retirada completa das vítimas e a limpeza dos escombros, os profissionais voltam ao local para realizar a perícia final. O prazo para conclusão do laudo é de 20 dias.
“As nossas equipes de perícia já estão no local, já estão fazendo a avaliação do vídeo, da cena, mesmo sem a liberação para os exames, devido à ampla experiência dessas equipes”, afirmou o coronel.