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Muita gente que tem vícios, como o cigarro, procuram meu consultório de forma desesperada. Já tentaram de tudo, mas não conseguem se livrar desse problema. Sabem que estão destruindo sua vida, mas a força do vício é maior do que elas naquele momento. Nessa hora, costumo dizer que o primeiro passo já foi dado, que é pedir ajuda.
Vícios são bastante comuns entre pessoas que sofrem muita pressão ao longo da vida, porque, mesmo que as causas sejam químicas, o vício não é racional, mas sim emocional. O cigarro, por exemplo, é um vício sobre o qual há tempos se fala dos prejuízos à saúde. Mas o que devemos entender é que não é apenas por força de vontade que nos livramos de alguns vícios. Muitas vezes, somos preconceituosos quando julgamos o vício dos outros, achando que é apenas um desinteresse da pessoa ou uma fraqueza. Não, um vício não é tão simples quanto se imagina para se livrar. Às vezes, é necessário fazer um tratamento muito mais profundo sobre a mente para que a pessoa consiga largar.
Na minha clínica, ativo as principais técnicas de hipnoterapia para entender o início dessa dependência e os motivos que levaram a pessoa até o vício. A partir daí, vasculhamos os gatilhos que são possíveis de ressignificar e começamos a trabalhar sobre eles. São muitos casos positivos de pessoas que conseguiram se livrar de vícios, como o cigarro, depois de sessões de hipnose clínica.
Veja este caso que aconteceu no meu consultório: um rapaz me procurou porque queria parar de fumar, mas não conseguia. Acontece que, com a hipnose, descobrimos que quando criança, seu pai trabalhava fora e só vinha em casa de 15 em 15 dias, deixando muita saudade. Toda vez que o pai ia visitá-lo, ele via uma imagem que, para ele, significava o símbolo do amor. Ele via o pai com um cigarro na boca, olhando o horizonte. Ele achava que o cigarro significava o pai que ele tanto amava e admirava. Foi aí que, através da hipnose, conseguimos ressignificar e quebrar aquela crença, de que o cigarro era uma demonstração de amor para o pai. Neste caso, o tratamento deu certo.
Mas e então, o que leva essas pessoas a não voltarem ao vício depois disso? É o que devemos saber para não cair de novo.
Quando um vício se instala sobre a pessoa, houve aí alguma lacuna preenchida. Ou seja, pode ser a lembrança do pai que fumava, ou a revolta da mãe que odiava cigarro, ou até mesmo a necessidade de autoafirmação desde adolescente diante de pais omissos. São tantas as possibilidades para engatilhar um vício que apenas com um tratamento é possível descobrir. Desvendando esses gatilhos, é possível atacá-los para que sejam sempre desarmados a cada chance de o vício voltar.
Se você tem um vício que precisa curar, saiba que é possível. Em seguida, dê o primeiro passo, que é pedir ajuda. No momento que aceita sua vulnerabilidade, o vício começa a perder força, porque ele não se sustenta mais sobre a arrogância e a vaidade que temos. Ao descer do pedestal e se colocar como um ser humano que pode sim ter problemas, você aceita que o outro ajude você e possa segurar sua mão. O fato é que vícios podem prejudicar não apenas sua vida, mas a de todos ao seu redor. Portanto, seja maior que seu vício e comece a grande mudança em você mesma. Procure ajuda.
